Em Brasília, Lavrov diz que Rússia quer solução “duradoura” para guerra

Por Agência de Notícias
17/04/2023 14:38 Atualizado: 17/04/2023 16:59

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse nesta segunda-feira (17), em Brasília, que o país quer uma solução “duradoura” para a guerra na Ucrânia, mas que nem o governo ucraniano ou o Ocidente “contribuem” para esse objetivo.

“Precisamos resolver o conflito de forma duradoura, não de maneira imediata”, mas os países da “OTAN e do Ocidente” não cumpriram os “compromissos assumidos” no início deste século, afirmou Lavrov ao lado do chanceler Mauro Vieira, no Palácio Itamaraty, em uma aparente referência aos acordos de Minsk, de 2014.

Lavrov agradeceu a Vieira pela rejeição do Brasil às sanções comerciais aplicadas à Rússia por vários países após a invasão da Ucrânia e alegou que elas são resultado de uma “decisão ilegal”, pois não haviam sido aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A respeito dessas sanções, Vieira enfatizou a tradição da diplomacia brasileira de apoiá-las somente quando elas têm o apoio do Conselho de Segurança da ONU, e acrescentou que, neste caso e na atual situação global, “elas tiveram um impacto em toda a economia global, que ainda não está se recuperando da pandemia” da COVID-19.

Vieira também reiterou a posição do Brasil sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato na Ucrânia e a formação de um grupo de países amigos para tentar a mediação, mas esta possibilidade, embora bem-vinda por Lavrov, não foi discutida em profundidade pelo ministro russo.

A visita ao Brasil é a primeira de uma agenda de compromissos de Lavrov na América Latina, que inclui reuniões em Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que mantêm intensas relações econômicas e políticas com a Rússia.

Após o encontro com Vieira, Lavrov deverá ser recebido por Lula ainda nesta segunda-feira.

Em frente ao Itamaraty, logo após a chegada de Lavrov, três mulheres protestavam contra a guerra na Ucrânia e a presença do ministro russo no Brasil.

“Não aos acordos com a Rússia imperialista”, “Rússia fora da Ucrânia” e “Lavrov fora do Brasil”, diziam os cartazes que elas exibiam.

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