Em 2024, Amazônia registra maior número de incêndios florestais em 17 anos

Dados do Inpe apontam 140 mil focos de queimadas em 2024, agravados por seca e ações humanas

Por Redação Epoch Times Brasil
02/01/2025 17:41 Atualizado: 02/01/2025 17:41

O ano de 2024 entrou para a história da Amazônia por um motivo alarmante: o bioma alcançou o maior número de incêndios florestais dos últimos 17 anos. 

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 140.328 focos de queimadas, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 98.634 incêndios. 

Este total é o pior desde 2007, quando 186.463 focos foram contabilizados, tornando 2024 um ano de números trágicos para a maior floresta tropical do planeta.

Seca e El Niño potencializam queimadas

De acordo com o Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus, da União Europeia, a seca severa que atingiu a América do Sul em 2024 foi determinante para a intensificação das queimadas na Amazônia. 

O fenômeno El Niño, combinado com as mudanças climáticas, agravou as condições ambientais, tornando a floresta ainda mais suscetível ao fogo.

A fumaça resultante dos incêndios foi registrada em várias regiões do país, alcançando grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e provocando aumentos significativos na poluição do ar por semanas consecutivas.

Focos de queimadas são, em grande parte, provocados por humanos

Embora o clima adverso tenha intensificado as queimadas, muitos focos de incêndio foram atribuídos à ação humana. O governo brasileiro iniciou investigações para identificar e responsabilizar os envolvidos.

Especialistas destacam que a alta ocorrência de incêndios agrava o desmatamento e compromete a capacidade da floresta de atuar como um sumidouro de carbono. 

Caso essa tendência se mantenha, a Amazônia poderá emitir mais dióxido de carbono do que absorve.

Desmatamento em queda oferece alívio parcial

Apesar do aumento das queimadas, o Inpe apontou uma redução de 30% no desmatamento entre agosto de 2023 e agosto de 2024. 

Esse é o menor índice registrado nos últimos nove anos, um dado que, embora positivo, ainda é insuficiente frente aos outros problemas enfrentados pelo bioma.