Elon Musk é criticado por Lula no pronunciamento pelo 7 de setembro

Por Redação Epoch Times Brasil
08/09/2024 00:23 Atualizado: 08/09/2024 00:23

No sábado (7), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se utilizou de seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para criticar o empresário sul-africano Elon Musk, dono da rede social X. A transmissão foi convocada devido ao 7 de setembro – 202.º aniversário da Independência do Brasil.

A crítica ocorreu devido ao fato de a rede social de Musk estar suspensa em território brasileiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O X saiu do ar no dia 30 de agosto. A plataforma não aceitou decisão que a obrigava a apresentar um representante legal no Brasil.

Na transmissão, o presidente exclamou que a soberania brasileira não está à venda e, sem mencionar o empresário, pregou que o país será “intolerante” com quem desafiar a lei brasileira.

“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças a sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda. Nenhum país é de fato independente quando seu povo perde a esperança”, opinou Lula no pronunciamento.

O presidente também disse que a democracia não é um “pacto de silêncio”, mas sim um “debate entre opiniões divergentes que compõem a sociedade”.

“Democracia é o diálogo, é a convivência civilizada entre opostos, é o respeito à vontade do povo expressa livremente nas urnas, não é o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo”, alegou Lula.

O chefe do Executivo federal mencionou a aliança que fez, em 2022, com partidos e políticos que já haviam sido seus adversários. Citou o atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que foi filiado ao PSDB e enfrentou Lula em 2006.

O petista relacionou essa aliança política e partidária com a postura do Estado brasileiro perante as manifestações do dia 8 de janeiro de 2023, chamando-as de “tentativa de golpe”. Segundo Lula, “democratas” se uniram para “derrotar” a suposta tentativa.

“Em momentos decisivos da história a defesa da democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do país após as eleições de 2022, foi assim no 8 de Janeiro de 2023 quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe”, disse.

“Daquele dia em diante deixamos bem claro ao mundo que o Brasil é um país onde a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e sem ordem”, completou Lula, que ainda afirmou que definirá com os 27 governadores a nova política nacional de segurança pública. “Juntos vamos derrotar o crime organizado”, prometeu.

Moraes foi um dos convidados por Lula para o desfile cívico-militar do 7 de Setembro. O evento foi realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Pelo outro lado, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), convocou manifestações no mesmo dia, na Avenida Paulista, em São Paulo. Os atos exigiram o impeachment de Moraes, além de um projeto no Congresso que dê anistia aos presos políticos do 8 de janeiro.