Eduardo Bolsonaro apoia ‘Clean Network’ para rejeitar entidades ‘inimigas da liberdade como o PCC’

Programa ao qual Brasil aderiu visa proteger seus participantes de invasões e violações de informações privadas de cidadãos e empresas

25/11/2020 22:03 Atualizado: 26/11/2020 09:49

Por Débora Alatriste

O deputado Eduardo Bolsonaro expressou seu apoio à participação do Brasil no programa Clean Network de rejeição a entidades “agressivas e inimigas da liberdade”, como o Partido Comunista Chinês, e seus comentários geraram polêmica com o regime chinês.

O parlamentar e filho do presidente Jair Bolsonaro escreveu no Twitter sobre a aliança com os Estados Unidos à qual o Brasil aderiu em 12 de novembro durante a visita do subsecretário norte-americano, Keith Krach. No entanto, os tweets foram excluídos da conta.

“O Brasil apoia o projeto americano de 5G e se afasta da tecnologia chinesa”, escreveu ele em 23 de novembro. “O governo de @JairBolsonaro declarou seu apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo de @realDonaldTrump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”.

“O programa ao qual o Brasil aderiu visa proteger seus participantes de invasões e violações de informações privadas de cidadãos e empresas. Isso ocorre devido ao repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, como o Partido Comunista da China”, acrescentou.

No dia seguinte, o porta-voz da embaixada chinesa emitiu um comunicado chamando os comentários do deputado de “declarações infundadas”.

A “Clean Network”, ou Rede Limpa, é o nome do plano americano para lidar com a ameaça de longo prazo à privacidade da informação, segurança nacional e direitos humanos de “atores autoritários do mal, como o Partido Comunista da China (PCC).  ”, Que através da Huawei e da ZTE pode interromper, manipular ou negar serviços a cidadãos privados, instituições financeiras ou infraestrutura fundamental.

No início de novembro, o subsecretário Krach visitou a América Latina para promover a Rede Limpa e fortalecer a cooperação em meio ambiente. Dos cinco países visitados, Brasil, Equador e República Dominicana aderiram ao programa de salvaguarda da segurança nacional dos países ao excluir fornecedores de equipamentos 5G considerados de alto risco.

O Brasil foi o primeiro país latino-americano a apoiar essa aliança. O governo Bolsonaro enfatizou que se o Brasil quiser participar do sistema 5G, ele deve estar alerta às ameaças.

“O Reino Unido impediu que os chineses estivessem no centro do sistema 5G, mas permitiu que as empresas chinesas operassem na periferia das redes. Estávamos indo nessa direção antes da pandemia. Não queremos perder a revolução digital, mas existem esses alertas geopolíticos. Neste momento, o Brasil continua a analisar e a estudar esta questão”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, no dia 10 de novembro, numa participação virtual no Bloomberg Emerging + Frontier Forum 2020.

Da mesma forma, o filho de Jair Bolsonaro mencionou o financiamento que os Estados Unidos têm oferecido a empresas de telecomunicações no Brasil para a compra de equipamentos de empresas concorrentes da Huawei, como Ericsson e Nokia.

“Como incentivo, o governo dos Estados Unidos ofereceu financiamento às empresas brasileiras de telecomunicações, com o objetivo de adotar provedores ocidentais mais seguros, repudiando empresas classificadas nos relatórios como de comportamento perigoso, como a Huawei”, escreveu.

A Huawei, empresa chinesa de telecomunicações, também atua como agência de inteligência que espiona para o PCC. Em agosto, o secretário de Estado Mike Pompeo chamou a empresa de “um braço do estado de vigilância do PCC”. Durante uma conferência sobre segurança econômica no Brasil, Krach disse que a”Huawei é a espinha dorsal do estado de vigilância do PCC, onde os dados entram, mas não saem e, reciprocamente, a propaganda sai, mas a verdade não entra”.

Até o momento, o leilão da rede 5G do Brasil está previsto para 2021. Embora a empresa chinesa de telecomunicações Huawei não tenha participado do leilão, ela é uma das maiores provedoras de infraestrutura para tecnologia 5G do mundo.

“Formou-se um consenso de que não se pode confiar no Partido Comunista Chinês nossos dados e propriedade intelectual mais sensíveis. Países e empresas estão rejeitando o PCC e seus vários apêndices”, disse Krach.

Bolsonaro disse no Twitter que o atual governo brasileiro está firme na rede 5G.

“O Governo de @JairBolsonaro continua firme em seus compromissos fundamentais: garantir ao povo brasileiro sua soberania, fortalecer o livre mercado e garantir o direito de todos à privacidade e à liberdade em todos os sentidos”, acrescentou o deputado.

Até o momento, Eduardo Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado pelo Epoch Times.

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