O Monitor do PIB da FGV, um índice que antecipa o PIB do IBGE, registrou uma retração de 0,1% na economia brasileira em julho de 2024, após oito meses de crescimento. A coordenadora Juliana Trece destacou que a queda foi pequena, considerando o aumento de 1,6% em junho.
Conforme publicado pelo Epoch Times Brasil, há indicadores de que esse crescimento não é sustentável.
Apesar da retração mensal, a economia brasileira cresceu 5,4% em julho na comparação anual. No trimestre até julho, o aumento foi de 3,4%, e no acumulado de 12 meses, 2,7%, indicando uma expansão mais lenta ao longo do ano.
A indústria e o consumo das famílias, que se destacaram no segundo trimestre de 2024, retraíram em julho. Em contrapartida, o setor de serviços e os investimentos (FBCF) continuaram a crescer, impulsionando a economia e ampliando a capacidade produtiva.
Desempenho dos principais componentes da demanda
No que diz respeito ao consumo das famílias, o Monitor do PIB mostrou um crescimento de 4,5% no trimestre encerrado em julho de 2024. Esse aumento abrangeu todas as categorias de consumo, mantendo o padrão de expansão desde o final de 2023, embora o ritmo tenha sido mais moderado que o do segundo trimestre, o maior avanço de 2024.
Os investimentos, medidos pela FBCF, cresceram 6,0% no trimestre móvel até julho, com destaque para máquinas e equipamentos, que representaram mais de 70% do crescimento. Os setores de construção e outros componentes da FBCF também tiveram resultados positivos.
Exportações e importações
As exportações cresceram 0,7% no trimestre encerrado em julho, mas o ritmo desacelerou ao longo do ano, especialmente após abril, devido à menor contribuição dos produtos agropecuários, que antes impulsionavam os resultados.
Por outro lado, as importações aumentaram 16,0% no mesmo período, com crescimento em quase todos os segmentos, exceto os produtos da extrativa mineral, que caíram 2,4%.
Taxa de investimento e PIB em valores
Em termos de investimento, o Monitor do PIB destacou que a taxa de investimento em julho de 2024 foi de 17,4%, ligeiramente abaixo da média registrada desde o ano 2000, que é de 17,9%, mas acima da média observada desde 2015, que é de 16,4%.
Em valores monetários, o PIB brasileiro acumulado até julho de 2024 foi estimado em 6,587 trilhões de reais.