Por Agência Brasil
O dólar fechou no menor patamar desde o final de julho nesta segunda-feira (14), caindo cerca de 1%, com investidores imprimindo no câmbio um começo de semana otimista nos mercados globais antes de importantes decisões de política monetária nos próximos dias.
O dólar à vista recuou 1,10%, a R$ 5,2747 para a venda, menor nível desde 31 de julho (R$ 5,2185).
A moeda oscilou entre R$ 5,3244, na máxima alcançada pela manhã (-0,16%), e R$ 5,2626 reais na mínima (-1,32%), durante a tarde.
Na B3, a bolsa de valores brasileira, o contrato de dólar de maior liquidez cedia 0,83% às 17h05, para R$ 5,2795.
O real esteve entre as moedas com melhor desempenho nesta sessão, acompanhado outras divisas emergentes sensíveis ao sentimento de risco, como o peso mexicano, que subia 1%, e o rand sul-africano (+0,6%), entre outras.
Vacina e Selic
A melhora do humor de investidores teve relação com notícias sobre testes para vacina contra a covid-19. A farmacêutica Pfizer Inc e a empresa de biotecnologia BioNTech SE propuseram, no sábado (12), expandir a Fase 3 de seus testes, e a farmacêutica AstraZeneca informou, também no final de semana, que havia retomado os testes clínicos britânicos de sua vacina.
Notícias sobre fusões e aquisições também ajudaram a levantar o ânimo de agentes financeiros, no início de uma semana rica em decisões de juros – Brasil, EUA, Japão e Reino Unido atualizam nos próximos dias avaliações sobre suas políticas monetárias.
No Brasil, a expectativa é de manutenção da Selic em 2% ao ano, devido ao recente noticiário fiscal que inspirou maior cautela em meio a leituras mais altas de inflação no atacado e à contínua volatilidade nos ativos financeiros.
O mercado financeiro manteve as estimativas para o dólar ao fim de 2020 (R$ 5,25) e 2021 (R$ 5), mas reduziu a projeção para a Selic no término de 2021 de 2,88% para 2,50%, conforme a mais recente pesquisa Focus do BC divulgada mais cedo.
A Selic baixa tem sido citada como uma das causas para a instabilidade no câmbio e também para maior dificuldades do Tesouro Nacional de rolar a dívida pública em meio a um já fragilizado quadro fiscal.
“(No médio prazo) tudo isso (juro baixo) dificulta ainda mais a apreciação do real perante o dólar, uma vez que limita muito o fluxo de capitais estrangeiros para cá”, disse Fernando Bergallo, CEO da FB Capital, citando que o mercado segue vendo dólar cotado pelo menos em R$ 5 até o fim do ano que vem.
O dólar fechou 2019 valendo R$ 4,0129. Em 2020, a moeda norte-americana dispara 31,44%, o que faz do real a divisa relevante com pior desempenho no período.
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