Dólar fecha a R$ 5,19, em novo recorde; Ibovespa tem queda superior a 10%

Ibovespa acumula queda de 42% com crise do coronavírus

18/03/2020 21:17 Atualizado: 18/03/2020 21:17

Por Diário do Poder

Em mais um dia de pânico nos mercados globais, a bolsa de valores caiu pouco mais de 10% e voltou aos níveis de agosto de 2017. O dólar aproximou-se de R$ 5,20 e voltou a fechar no maior valor nominal desde a criação do real.

O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores brasileira, fechou esta quarta-feira (18) aos 66.895 pontos, com queda de 10,35%. Pela sexta vez em dez dias, a bolsa acionou o circuit breaker, mecanismo que suspende as negociações quando o índice cai mais de 10%. Das 13h18 às 13h53, a B3 ficou paralisada, mas o Ibovespa continuou a cair após a retomada da sessão.

circuit breaker quase foi acionado pela segunda vez por volta das 14h. Caso o índice caísse mais de 15%, as operações seriam interrompidas por uma hora. No entanto, o Ibovespa reagiu na hora final da sessão, com a queda estabilizando-se em torno dos 10%.

O dólar comercial encerrou a segunda-feira vendido a R$ 5,198, com alta de R$ 0,195 (+3,9%), na maior cotação nominal desde a criação do real. A divisa começou o dia vendida em torno de R$ 5,20, mas o Banco Central (BC) interveio no mercado. O dólar foi negociado em torno de R$ 5,13, mas voltou a subir no fim da tarde. Na máxima do dia, por volta das 16h, a cotação bateu em R$ 5,24, mas desacelerou após nova atuação do BC.

A autoridade monetária fez um leilão de linha de US$ 2 bilhões. Nesse mecanismo, o BC vende dinheiro das reservas com compromisso de recomprá-lo meses mais tarde. Posteriormente, o BC fez mais três leilões de venda direta de dólares das reservas, num total de US$ 860 milhões. A divisa acumula alta de 29,53% em 2020.

Os mercados financeiros em todo o planeta enfrentam dias de nervosismo por causa da ameaça de recessão global provocada pelo agravamento da pandemia de coronavírus. As interrupções na atividade econômica associadas à restrição de atividades sociais travam a produção e o consumo, provocando instabilidades.

Petróleo

A intensificação da guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia também contribuiu para abalar o mercado. Os dois países estão aumentando a produção de petróleo, o que provoca uma queda mundial nos preços.

A decisão derrubou o preço do barril do tipo Brent para US$ 26,69, no menor nível desde 2002. As ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa, desabaram. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) caíram 15,52% nesta quarta. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 13,15%. (ABr)