Por Diário do Poder
O dólar opera em alta nesta quinta-feira, 23, renovando máximas históricas ao bater R$ 5,48. Às 12h38, a moeda norte-americana subia 1,12%, a R$ 5,4699. Na máxima até o momento, chegou R$ 5,4829 – nova cotação máxima nominal (sem considerar a inflação) durante um pregão.
Para amenizar o ritmo de avanço do dólar, o Banco Central anunciou um leilão extraordinário de swap tradicional pouco depois da abertura.
Na quarta-feira, o dólar encerrou o dia a R$ 5,4092, em alta de 1,91%, marcando um novo recorde nominal de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4152. No mês, a moeda acumula alta de 4,10%. No ano, a valorização chegou a 34,90%.
O euro também tem se valorizado muito frente ao real. Nesta quinta, a cotação está em R$ 5,93, uma valorização também superior a 30% em relação ao início do ano. Para se ter uma ideia, o valor da moeda oficial da União Europeia era de R$ 4,50 no primeiro dia de 2020. No pregão desta quinta, inclusive, a moeda europeia atingiu seu máximo histórico nominal. Ambas as moedas atingiram R$ 5 de cotação em março deste ano.
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, abriu as negociações do dia com o Ibovespa, principal índice do mercado de ações do Brasil, em leve alta, mantendo o patamar de 80 mil pontos. Pouco tempo após a abertura, atingiu a máxima do dia, em 81 mil pontos.
O viés de alta das principais moedas estrangeiras ocorre em meio a expectativas de corte de juros, que levantam preocupações sobre a entrada de fluxo nos mercados brasileiros.
Um juro mais baixo coloca o Brasil — historicamente conhecido por suas altas taxas — em desvantagem competitiva em relação a outros emergentes na tentativa de atrair fluxo de capital para a renda fixa. Esse desestímulo fica mais evidente uma vez que o Brasil há tempos deixou de ser grau de investimento pelas principais agências de classificação de risco.
Em 2020, o fluxo cambial ao Brasil está negativo em US$ 12,878 bilhões. No mesmo período de 2019, havia superávit de US$ 1,295 bilhão.
Segue no radar dos investidores também o anúncio de novas respostas à crise econômica. O governo federal anunciou na véspera o programa Pró-Brasil, que, segundo o ministro de infraestrutura, Tarcício Freitas, prevê R$ 30 bilhões de investimentos públicos e R$ 250 bilhões em contratos de concessões à inciativa privada. O programa, porém, ainda carece de detalhamento.