O dólar fechou na quarta-feira (24) em R$ 5,65, e abriu em uma alta de R$ 5,68 na quinta-feira (25) , refletindo uma série de preocupações no mercado financeiro global e doméstico. Conforme as taxas de juros nos Estados Unidos aumentam e os riscos se elevam, os investimentos em dólar se tornam mais rentáveis e seguros, o que diminui o valor das moedas de países emergentes mais inseguros.
Entre os principais fatores para essa movimentação estão a incerteza econômica nos EUA, com expectativas de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve, e a desaceleração econômica na China, principal parceiro comercial do Brasil, e questões internas no Brasil, como inflação elevada e dados econômicos abaixo do esperado.
O índice do dólar, que mede a força da moeda em relação a uma cesta de outras moedas, também se fortaleceu, refletindo a busca por ativos seguros em um momento de incerteza.
Impacto no Brasil
No Brasil, o cenário de alta do dólar é agravado por questões internas. O IPCA-15, a prévia da inflação de julho, apresentou um cenário mais positivo, porém ainda com inflação de 0,30%, o que ajudou o real a não desvalorizar ainda mais, porém a inflação permanece uma preocupação significativa, com expectativa de terminar o ano em 4,05, com tendência de alta a mais de 10 semanas, e com o aumento dos preços de alimentos e energia afetando o poder de compra dos consumidores.
A combinação de inflação elevada e crescimento econômico fraco cria um ambiente desafiador para a política monetária do Banco Central do Brasil. Enquanto isso, a alta do dólar exerce pressão adicional sobre a inflação, dado que muitos produtos e insumos são cotados em moeda estrangeira.
O mercado financeiro reagiu de maneira cautelosa. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, teve um desempenho negativo, com investidores atentos ao cenário externo e aos resultados corporativos.
A tendência de alta do dólar deve continuar, pelo menos no curto prazo, à medida que as preocupações globais persistem e o ambiente econômico interno não apresenta sinais claros de melhora. A atenção do mercado estará voltada para os próximos passos do Federal Reserve em relação às taxas de juros, bem como para a evolução dos indicadores econômicos na China.