Nesta segunda-feira, 8 de julho de 2024, o dólar comercial abriu em alta, conforme as expectativas do mercado indicadas no relatório Focus divulgado pelo Banco Central. A cotação do dólar teve uma queda significativa após Lula mudar seu discurso crítico ao diretor do Banco Central, porém, refletindo o 9° aumento nas expectativas de inflação (IPCA e IGP-M) e as incertezas no cenário político e fiscal do país.
Expectativas de mercado
O relatório Focus publicado na segunda (8), que compila as previsões de diversas instituições financeiras, apresentou uma leve alta nas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2024, que passou de 3,90% há quatro semanas para 4,02% atualmente
Já a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) manteve-se estável, subindo marginalmente de 2,09% para 2,10%.
Outros indicadores importantes como a taxa Selic e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) também foram revisados. A expectativa para a Selic se manteve em 10,50% ao ano, refletindo a postura do Banco Central em tentar controlar a inflação. O IGP-M, utilizado como referência para reajustes de contratos, apresentou uma ligeira alta, passando de 3,39% para 3,40%.
Reação no mercado de câmbio
A expectativa da cotação do dólar, que vinha sendo pressionada, encontrou um novo patamar de equilíbrio em R$ 5,20. A desvalorização do real reflete uma combinação de fatores, incluindo a percepção de risco fiscal e a busca por ativos mais seguros em um cenário de volatilidade global.
Projeções fiscais
O relatório Focus também destacou as expectativas para a dívida líquida do setor público e o resultado primário. A dívida líquida como porcentagem do PIB foi revisada para cima, de 63,65% há 4 semanas atrás para 63,85%, indicando um aumento na percepção de risco fiscal.
O resultado primário, que mede a diferença entre as receitas e despesas do governo, excluindo os juros da dívida, foi mantido em -0,70% do PIB, refletindo desafios contínuos na gestão fiscal.
Impactos no mercado
A volatilidade cambial e as revisões nas expectativas econômicas têm impactos diretos no mercado financeiro e na economia real. Empresas com exposição ao dólar, seja por meio de importações ou exportações, ajustam suas estratégias para mitigar os riscos cambiais.
Quem importa paga mais caro e vende mais caro e quem exporta diminui o estoque interno pois precisa mandar os produtos para fora do país para pagar os custos de produção.
Além disso, a inflação mais alta pressiona os custos de produção e os preços ao consumidor, mas também ao produtor que é antes de tudo um consumidor, gerando uma cadeia de aumento inflacionário, afetando o poder de compra da população em geral.