Os brasileiros seguem divididos sobre o retorno do horário de verão, segundo pesquisa do Datafolha realizada em 7 e 8 de outubro. O levantamento aponta que 47% são favoráveis e 47% são contrários, enquanto 6% se dizem indiferentes.
Esses números são os mais baixos desde o início da série histórica do instituto, que começou a monitorar o apoio ao horário de verão em 2017.
O apoio ao horário de verão vem caindo nos últimos anos. Em 2017, 58% dos brasileiros apoiavam a medida, enquanto 35% eram contra. Em 2021, o apoio caiu para 55%, com 38% de rejeição. Em 2024, o apoio diminuiu para 47%, refletindo um aumento contínuo na rejeição.
A pesquisa foi realizada em 113 municípios, com 2.029 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
A pesquisa mostrou diferenças claras de opinião entre grupos. Entre os homens, 50% são favoráveis ao horário de verão, enquanto 45% são contrários. Já entre as mulheres, 49% são contra e 44% a favor.
A idade também influencia: 62% dos jovens de 16 a 24 anos apoiam a medida, enquanto 55% das pessoas com 60 anos ou mais são contra.
Regionalmente, o apoio varia. No Nordeste, 51% são favoráveis e 43% contrários. No Sul, 52% apoiam e 43% rejeitam. No Sudeste, 51% são contra e 44% a favor.
Debate sobre o retorno
O governo federal está discutindo o retorno do horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a medida pode ser adotada em 2024, caso seja considerada essencial. Ele destacou que o horário de verão é uma alternativa para economizar energia, em meio à crise hídrica e aumento das tarifas de eletricidade.
Silveira ressaltou que a decisão será baseada em critérios técnicos, considerando os impactos energéticos e econômicos.
Se aprovada, o governo precisará dar ao menos 20 dias para setores, como o aéreo, se adaptarem à mudança.
Contexto histórico
O horário de verão foi adotado no Brasil há 93 anos, com o objetivo de economizar energia durante os períodos de maior consumo. Desde 2019, a medida está suspensa, após ser extinta por decreto do então presidente Jair Bolsonaro.
Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva avalia a possibilidade de reimplementá-lo, considerando os desafios energéticos que o país enfrenta atualmente.
A questão provoca divisões tanto entre especialistas quanto na população, e o governo deve tomar uma decisão nos próximos dias.