Por Agência EFE
A ex-presidente Dilma Rousseff falou ontem (25) da situação atual de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, durante um ato na Argentina, onde pediu a liberdade do ex-mandatário, além de justiça pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.
“Lula não é apenas um preso político, não é apenas um inocente injustiçado. Lula representa a possibilidade da encarnação da revanche do povo brasileiro”, disse Dilma, durante ato em Buenos Aires.
A ex-governante sustentou que, ao contrário do povo argentino, que sai às ruas para protestar, o brasileiro necessita de alguém que lhes dê “uma perspectiva de vitória” e essa pessoa é Lula, pois, segundo Dilma, ele “demonstrou” que é possível desenvolver o país e diminuir a desigualdade.
“Lula encarna a luta democrática”, disse Dilma, em um evento em que participaram militantes de movimentos sociais e forças políticas kirchneristas e de esquerda.
O ato foi organizado pelo Comitê Argentino pela Liberdade de Lula e Justiça por Marielle e pela Universidade Metropolitana para a Educação e o Trabalho (Umet) da Argentina.
A ex-presidente exigiu a liberdade de Lula, preso desde abril do ano passado, após decisão do ex-juiz Sergio Moro, que liderava os processos da operação Lava Jato e que agora é o ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro.
Lula, de 73 anos, foi preso acusado de receber da construtora OAS, à maneira de propina, um apartamento em troca de benefícios contratuais com a Petrobras.
O ex-mandatário sempre insistiu na sua inocência e há poucos dias reiterou que é vítima de uma “perseguição política” realizada contra ele pelos movimentos de direita.
Rousseff disse que primeiro “buscaram desmoralizar” Lula, depois o “condenaram sem provas” e finalmente impediram sua candidatura à presidência.
A ex-presidente, que foi destituída do cargo em agosto de 2016, acusada de irregularidades no uso de dinheiro público, classificou hoje ter sofrido um “golpe”, além de afirmar que Lula “não é perdoado” por ter beneficiado “aqueles que não tinham direitos”, especialmente os pobres e os negros.
Sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em março do ano passado, no Rio de Janeiro, Dilma Rousseff destacou o “compromisso” dela “com as populações periféricas, marginalizadas e inseguras”.
Marielle, uma mulher negra, lésbica, procedente de uma comunidade carente, tornou-se símbolo da defesa das minorias no país e seu assassinato gerou uma enorme comoção.
“Marielle é a representação extrema do que acontece nas favelas do Rio de Janeiro com populações pobres devido às forças paramilitares”, afirmou Dilma Rousseff.