Segundo o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, a reforma da Previdência, nos moldes que está sendo proposta, poderá causar um aumento da “exclusão previdenciária”, prejudicando principalmente os trabalhadores informais.
Lúcio declarou, nesta terça-feira (21), que uma parcela do povo brasileiro está desprotegido na questão trabalhista e previdenciária. Para uma parte dos trabalhadores é difícil contribuir sem interrupções durante todo um ano. Na média, eles só conseguem contribuir de 6 a 9,1 meses por ano.
Portanto, para alcançar 25 anos de contribuição mínimos, eles precisariam trabalhar aproximadamente 33 anos. Existem 18 milhões que só conseguem contribuir durante 6 meses ao ano. “Parte da força de trabalho trabalha 12 meses, mas contribui seis meses ao ano. Há o problema da rotatividade [no emprego], vários motivos pelos quais eles não contribuem”, declarou Lúcio.
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Segundo o diretor, essa desproteção acontece principalmente no começo e no término da vida ativa. “Deixar a contribuição acumular-se depois dos 50 anos é condenar à exclusão, pois, crescentemente, o processo é de exclusão participativa da contribuição no fim da vida ocupacional”, ressaltou.
Clemente afirmou ainda que as normas de cálculo propostas causam uma diminuição expressiva nos valores dos benefícios, sendo que a pensão pode ser de apenas R$ 562,20 no caso do segurado falecido que tenha como benefício o salário mínimo.