A Amazônia registrou, em outubro, o quinto mês consecutivo de aumento tanto no desmatamento quanto na degradação florestal. Divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), os dados mostram que a degradação florestal chegou a 32.869 km², de janeiro a outubro de 2024.
O espaço equivale a uma média de 10 mil campos de futebol destruídos a cada dia. Este é o pior cenário registrado nos últimos 15 anos.
Somente em outubro, 6.623 km² de floresta foram degradados, o que equivale a quatro vezes a área da cidade de São Paulo. Este número representa um aumento alarmante em relação a outubro de 2023, quando a degradação foi de 1.554 km².
De acordo com Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, o fenômeno da degradação é mais intenso durante a estação seca, conhecida como “verão amazônico”, quando ocorre o aumento das queimadas. No entanto, a seca severa de 2024 tem agravado a situação, elevando ainda mais o risco de novos incêndios.
O Pará liderou o ranking de outubro, com 2.854 km² de áreas degradadas, seguido por Mato Grosso, somando 2.241 km², e Amazonas, num total de 1.082 km². O Pará também se destacou ao concentrar os seis municípios mais afetados, resultando em 2.390 km² de degradação.
O desmatamento acumulado de janeiro a outubro de 2024 foi 8% menor do que no ano passado. No entanto, outubro registrou um aumento de 44% na derrubada de árvores, passando de 290 para 419 km² em relação ao mês anterior.
Os estados de Mato Grosso, Pará e Acre foram responsáveis por 78% da derrubada total, sendo que o primeiro apresentou 35% da área desmatada.
As unidades de conservação (UCs) também sofreram perdas consideráveis, com Pará e Acre concentrando três das mais afetadas.