O mercado de trabalho brasileiro apresentou sinais de recuperação no terceiro trimestre de 2024, com a taxa de desemprego caindo para 6,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando a taxa era de 6,9%.
Em comparação com o mesmo período de 2023, a queda foi de 1,3 ponto percentual, consolidando uma trajetória de recuperação no mercado de trabalho.
Pessoas que desistiram de procurar emprego ou que não querem procurar empregos por diversos motivos como não encontrar trabalho na localidade, não conseguir trabalho adequado, não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso e não ter experiência profissional ou qualificação não são considerados como desempregados.
Pessoas que se dedicam exclusivamente aos estudos, às tarefas domésticas, como donas de casa, ou que possuem seu próprio negócio, como empresas e MEI, também não são considerados como desempregados. Portanto, não entram no cálculo da taxa de desemprego.
O IBGE considera como desempregadas apenas as pessoas que estão sem trabalho e que buscaram ativamente emprego sem sucesso nas últimas semanas.
Distribuição regional do desemprego
A análise por regiões mostra comportamentos distintos. No Nordeste, houve uma redução maior na taxa de desemprego, passando de 9,4% no segundo trimestre de 2024 para 8,7%. A região, no entanto, ainda apresenta a maior taxa de desemprego do país.
No Sudeste, a taxa caiu de 6,6% para 6,2%, enquanto no Sul houve uma redução de 4,7% para 4,1%. As regiões Norte e Centro-Oeste mantiveram suas taxas de desemprego estáveis no mesmo período.
A distribuição do desemprego por faixas etárias revela que a maior proporção de pessoas desempregadas está entre os grupos de 25 a 39 anos (35,3%) e de 18 a 24 anos (28,8%). Essas faixas etárias seguem sendo as mais vulneráveis no mercado de trabalho.
Entre as grandes regiões, a participação dos jovens entre 18 a 24 anos no desemprego variou de 26,0% no Centro-Oeste a 31,3% no Nordeste, mostrando diferenças regionais na dinâmica de emprego.
Nível de ocupação cresce e alcança 58,4%
O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas em idade de trabalhar (a partir de 14 anos) que estão empregadas, foi estimado em 58,4% no terceiro trimestre de 2024.
Esse resultado representa um aumento de 0,6% em relação ao segundo trimestre e de 1,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2023.
Em termos regionais, todas as Grandes Regiões apresentaram crescimento no nível de ocupação. O Sul (63,7%) e o Centro-Oeste (64,5%) registraram os maiores percentuais, enquanto o Nordeste apresentou o menor nível de ocupação, com 50,0%.
Perfil da população ocupada
A população ocupada foi estimada em 103 milhões de pessoas no terceiro trimestre.
Desses trabalhadores, 69,9% eram empregados (incluindo domésticos), 4,2% eram empregadores, 24,6% trabalhavam por conta própria e 1,3% eram trabalhadores familiares auxiliares.
Nas regiões Norte e Nordeste, o percentual de trabalhadores por conta própria (28,9% e 26,9%, respectivamente) foi mais alto do que nas outras regiões, indicando uma maior informalidade ou empreendedorismo nessas áreas.
No setor privado, 73,1% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada. As regiões Norte (59,7%) e Nordeste (57,1%) apresentaram os menores índices de formalização.
Entre os trabalhadores domésticos, apenas 23,5% tinham carteira assinada, uma queda em relação ao mesmo período de 2023, quando o percentual era de 24,7%.
Rendimento médio e massa de rendimento
O rendimento médio real habitualmente recebido por todas as pessoas ocupadas foi estimado em R$ 3.227.
Este valor apresentou estabilidade em relação ao segundo trimestre de 2024 (R$ 3.239) e um aumento em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 3.112).
A massa de rendimento médio real, que corresponde à soma dos rendimentos de todos os ocupados, foi estimada em R$ 327,7 bilhões.
Este valor se manteve estável em relação ao trimestre anterior (R$ 325,2 bilhões), mas foi superior ao registrado no terceiro trimestre de 2023 (R$ 305,8 bilhões).
Mulheres e jovens atingem proporção maior de desempregados
Outro dado relevante é o perfil da população desempregada. As mulheres representaram 52,9% do total de desempregadas no terceiro trimestre de 2024.
Em termos etários, os jovens de 18 a 24 anos continuam a compor uma parcela significativa dos desempregados (28,8%), seguidos pelo grupo de 25 a 39 anos (35,3%).