A taxa de desemprego subiu em 16 dos 27 estados do país no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. Nos outros 11 estados, o índice ficou estável, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta quinta-feira (18).
De acordo com a analista da pesquisa Alessandra Brito, o crescimento da taxa de desemprego nas grandes cidades é resultado do aumento da desocupação (busca sem sucesso por emprego) e queda na ocupação (ou seja, a perda de postos de trabalho), ocorridas de forma simultânea, assim como aconteceu no resultado nacional (cuja taxa subiu de 7,9% para 8,8%).
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, afirmou a pesquisadora.
As principais altas foram observadas no Rio Grande do Norte (2,2 pontos percentuais, ao passar de 9,9% para 12,1%), Roraima (2,1 pontos percentuais, ao passar de 4,6% para 6,8%), Pernambuco (1,8 ponto percentual, ao passar de 12,3% para 14,1%) e Ceará (1,8 ponto percentual, ao passar de 7,8% para 9,6%).
Outras unidades da federação com alta foram: Tocantins, Piauí e Distrito Federal (com crescimento de 1,7 ponto percentual); Pará e Maranhão (1,6 ponto percentual); Mato Grosso (1,5 ponto percentual); Alagoas (1,3 ponto percentual); Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (1 ponto percentual); São Paulo (0,8 ponto percentual); Mato Grosso (0,7 ponto percentual); e Santa Catarina (0,6 ponto percentual).
A maior taxa do primeiro trimestre de 2023, no entanto, foi observada na Bahia (14,4%). O estado foi um dos 11 que mantiveram estabilidade, junto com Amapá, Sergipe, Rio de Janeiro, Paraíba, Amazonas, Acre, Espírito Santo, Goiás, Paraná e Rondônia. Este último, aliás, apresenta a menor taxa de desocupação do país (3,2%).
Segundo a pesquisadora, na Região Nordeste, o trabalho informal tem um peso maior, o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, “podendo gerar pressão de procura por trabalho, o que se reflete numa maior taxa de desocupação, se comparado à taxa para o Brasil”.
Carteira assinada
Segundo o IBGE, no primeiro trimestre deste ano, 74,1% dos empregados do setor privado do país tinham carteira de trabalho assinada. As menores taxas ficaram com as regiões Nordeste (58,9%) e Norte (57,6 %). Entre os trabalhadores domésticos, 26,1% tinham carteira de trabalho assinada no país.
Entre as unidades da federação, aquelas com maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado são Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%). Já as menores taxas estão no Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).
Rendimentos
De acordo com a pesquisa, no primeiro trimestre, o rendimento médio habitual no país foi estimado em R$ 2.880, ficando estável na comparação com o trimestre anterior.
Entre as unidades da federação, apenas três apresentaram alta: Alagoas (5,3%), Maranhão (5%) e Minas Gerais (4,2%). O Rio Grande do Sul foi o único a ter queda (-2,8%).
Edição: Renato Pernambucano
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