A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (23) uma operação que investiga a participação do deputado estadual Rarison Barbosa (PMB) e do coronel Miramilton Goiano de Souza, comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, em um esquema de venda ilegal de armas e munições.
Com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a operação mobilizou mais de 80 policiais e envolve o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão no estado e em outros locais do país.
Pela manhã, agentes da PF estiveram na residência do coronel Miramilton Goiano, localizada no bairro Cinturão Verde, em Boa Vista.
As investigações apontaram para “intensas negociações” de armamentos entre os suspeitos, o que motivou o desencadeamento da ação.
Alvos da investigação
– Rarison Barbosa: Deputado eleito em 2022, policial penal e ex-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindpen). Declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 595 mil.
– Coronel Miramilton Goiano: Comandante-geral da PM desde fevereiro de 2023. Está sob investigação por suspeita de envolvimento no “Caso Surrão”, que apura o assassinato do casal de agricultores Flávia Guilarducci e Jânio Bonfim.
Sob sua gestão, ao menos 100 policiais militares passaram a ser investigados por crimes como milícia, tráfico, sequestro e tortura.
– Filhos do Coronel: Dois filhos do coronel, ambos policiais penais e estudantes de medicina em Fernandópolis (SP), também são alvos de mandados. A PF cumpriu buscas na cidade paulista.
Posição do governo
O governo de Roraima informou que abrirá processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos, conforme determinação do governador Antonio Denarium. Em nota, afirmou que segue à disposição dos órgãos de fiscalização para colaborar com as investigações e “para dar uma resposta ao povo roraimense”.
Até o fechamento desta matéria, nem o deputado Rarison Barbosa nem o coronel Miramilton Goiano se manifestaram sobre o caso.