Deputado apresenta projeto para incentivar adoção e “evitar o aborto”

A ideia é do parlamentar maranhense Allan Garcês, do Progressistas

Por Redação Epoch Times Brasil
08/10/2024 17:11 Atualizado: 08/10/2024 17:11

O deputado federal Allan Garcês (PP-MA) apresentou, na última quinta-feira (3), um projeto de lei (PL) com o objetivo de “evitar o aborto”. A proposta do parlamentar maranhense é criar uma “bolsa vida” para famílias que adotarem bebês cujas gestações seriam interrompidas.

De acordo com o texto, as mães biológicas deverão atestar que a entrega da criança foi motivada pela intenção de cometer aborto.

“Entendo que uma legislação em favor da vida deve obrigar o poder público a promover amplas campanhas contra o aborto, esclarecendo suas implicações morais, físicas e psicológicas, bem como prever medidas de incentivo financeiro à adoção de crianças, cujas gestantes venham a manifestar o desejo ao aborto”, diz Garcês. 

Conforme o projeto, o pagamento mensal seria de 1 salário-mínimo pelo período de 12 meses. Também neste primeiro ano subsequente à adoção, as famílias adotantes passariam a ter despesas como aluguel de residência deduzidos do Imposto de Renda (IR).

“Deve-se assegurar o direito à vida do embrião e o amparo financeiro mínimo à adotante, bem como prescrever medidas concretas que socialmente venham a tornar o aborto desnecessário”, afirmou o deputado.

A proposta de Garcês ainda inclui a criação de programas de formação para pais adotivos.

Aborto no Brasil 

No Brasil, o aborto é legal apenas em três situações: risco à vida da mãe, casos de estupro e anencefalia do feto, sem limite de idade gestacional. 

Atualmente, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 1.904/2024, conhecido como “PL do Estupro”, que propõe alterar o Código Penal para equiparar abortos após 22 semanas de gestação (aproximadamente 5 meses e meio) a homicídio simples, mesmo em casos de estupro. 

Se aprovado, a lei estabelecerá penas de 6 a 20 anos de reclusão para mulheres que interromperem a gestação nessa fase avançada.

Desde 1998, a legislação mais rigorosa sobre aborto nas Américas é a de El Salvador, onde a prática é classificada como homicídio qualificado. As penas podem variar de 30 a 50 anos de reclusão, conforme decidido pelos tribunais.