A polícia identificou e afastou quatro policiais militares que escoltavam o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), antes de sua execução na última sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A principal linha de investigação sugere que os seguranças possam ter facilitado o assassinato de forma intencional, possivelmente compartilhando detalhes sobre a localização de Gritzbach e o horário exato de seu desembarque.
Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima, os PMs envolvidos, prestaram depoimento tanto à Corregedoria da Polícia Militar quanto ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Durante os interrogatórios, os celulares dos policiais foram apreendidos para apuração das conversas realizadas antes do crime, com o intuito de verificar se houve comunicação com os criminosos.
Os seguranças alegaram que um dos veículos da escolta apresentou defeito, o que teria forçado três deles a permanecerem no local da pane, enquanto um seguiu até o aeroporto.
Essa versão é questionada pelos investigadores, que consideram pouco plausível que, diante da alta visibilidade de Gritzbach, os policiais não tenham priorizado sua proteção, especialmente porque ele era um alvo de grande risco devido à colaboração com o Ministério Público de São Paulo.
A namorada do empresário, que estava com ele no momento do crime, também foi ouvida pelas autoridades. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que dois carros da escolta e um terceiro veículo, possivelmente utilizado pelos atiradores, foram apreendidos e serão periciados.
Durante o tiroteio, dois motoristas de aplicativo, de 39 e 41 anos, e uma mulher de 28 anos, que estava na calçada, ficaram feridos. Todos foram encaminhados ao Hospital Geral de Guarulhos, onde receberam atendimento médico.
Gritzbach, que era réu em um processo por lavagem de R$ 30 milhões ligados ao tráfico de drogas, colaborava ativamente com o Ministério Público nas investigações sobre o PCC.
As autoridades acreditam que sua execução foi um ato de retaliação, possivelmente uma “queima de arquivo” para impedir que ele entregasse mais informações sobre a facção.