Delator do PCC assassinado em Garulhos apontou esconderijos com milhões em dinheiro

Por Redação Epoch Times Brasil
03/01/2025 19:39 Atualizado: 03/01/2025 19:39

O assassinato de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ex-integrante do PCC, ocorrido em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos, revelou novos detalhes sobre as operações da facção criminosa, conforme divulgado pelo Metrópoles nesta sexta-feira (3). 

Gritzbach, que se tornou delator, forneceu a policiais civis a localização de 15 “casas-cofre” usadas pelo PCC para armazenar grandes quantias em dinheiro vivo, armas e drogas.

Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), após receber as informações de Gritzbach, os investigadores Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, o Bolsonaro, invadiram essas casas sem a devida autorização judicial, resultando no roubo de R$ 90 milhões. 

O MP-SP também revelou que, devido ao prejuízo, a facção criminosa impôs uma exigência: a devolução do dinheiro.

Para pressionar o pagamento, o PCC estabeleceu um prazo até 31 de dezembro de 2024 para que a família de Gritzbach quitasse uma dívida de R$ 6 milhões. 

Esse valor, segundo o autor das ameaças, seria uma parte do montante retirado das “casas-cofre” do delator.

Tacitus, o membro do PCC responsável pelas ameaças, acusou os policiais de se apropriarem do dinheiro roubado e enviou novos ultimatos. 

Em mensagens à família de Gritzbach, ele afirmou que, caso a dívida não fosse quitada, os familiares do delator não sobreviveriam ao ano de 2025. Além disso, Tacitus reiterou que os policiais envolvidos no roubo também seriam alvos da facção, caso o valor não fosse restituído.

A Polícia Federal ainda não tem identificação sobre quem está por trás do nome Tacitus, mas esse apelido foi utilizado para batizar a operação deflagrada em 17 de dezembro. A ação resultou na prisão de cinco policiais civis e três membros do PCC, delatados por Gritzbach.

Xixo e Bolsonaro, presos desde setembro de 2024, estão sendo investigados por corrupção e extorsão, após serem acusados de receber R$ 800 mil para proteger o narcotraficante João Carlos Camisa Nova Júnior.