O Banco Central divulgou na quarta-feira (25) a Nota do Setor Externo de agosto, registrando um déficit de US$ 6,6 bilhões em transações correntes. O valor representa uma piora em relação ao déficit de US$ 969 milhões no mesmo mês de 2023.
O déficit foi influenciado pela queda no superávit comercial, que somou US$ 4 bilhões em agosto, abaixo dos US$ 8,8 bilhões de 2023. No ano, o superávit acumulado é de US$ 48,4 bilhões, ante US$ 58,6 bilhões no mesmo período de 2023.
O aumento do déficit e a queda no superávit comercial podem pressionar o câmbio, desvalorizando o real e encarecendo produtos importados, como eletrônicos e combustíveis. Isso afeta o poder de compra e pode impactar o emprego e a renda em setores ligados às exportações.
Investimentos Diretos no País (IDP)
Os investimentos diretos no país (IDP) tiveram ingressos líquidos de US$ 6,1 bilhões em agosto, abaixo da expectativa de US$ 7,5 bilhões. Em 12 meses, o IDP somou US$ 70,6 bilhões (3,19% do PIB), uma queda em relação aos US$ 71,8 bilhões (3,23% do PIB) no mês anterior.
Os ingressos líquidos em participação no capital somaram US$ 5,8 bilhões, com US$ 1,5 bilhão em capital, exceto lucros reinvestidos, e US$ 4,2 bilhões em lucros reinvestidos. As operações intercompanhia somaram US$ 350 milhões.
A queda nos investimentos diretos pode reduzir o crescimento econômico e a geração de empregos. Isso limita a expansão de empresas e o desenvolvimento de novas tecnologias e infraestrutura. Como resultado, a renda e as oportunidades de trabalho podem ser afetadas.
Investimentos em carteira
Os investimentos em carteira no mercado doméstico registraram ingressos líquidos de US$ 2,6 bilhões em agosto, com US$ 643 milhões em ações e fundos de investimento e US$ 2 bilhões em títulos de dívida.
No acumulado de 2024, houve uma saída líquida de US$ 991 milhões, com entrada de US$ 6,4 bilhões em títulos e saída de US$ 7,4 bilhões em ações e fundos. Em 12 meses, o saldo foi de US$ 4,6 bilhões.
A oscilação nos investimentos em carteira afeta o mercado financeiro e a volatilidade de ações e títulos. A saída líquida de recursos em 2024 pode sinalizar incertezas, impactando o crédito e os retornos sobre investimentos. Isso influencia o crescimento econômico e as condições de financiamento para a população.