Em dados recém-divulgados nesta quinta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 21% da população brasileira reside em imóveis alugados, o que corresponde a um em cada cinco brasileiros.
Os números fazem parte do Censo de 2022 e mostram um crescimento na taxa de aluguéis após uma década de queda.
Embora a maioria dos brasileiros ainda viva em imóveis próprios – 71% dos domicílios –, a pesquisa mostra que o número de pessoas em aluguel voltou a subir.
Em 2000, apenas 12% das residências eram alugadas, e em 2010 o índice chegou a 16%.
“É difícil apenas pelo Censo a gente ter uma interpretação da causalidade que motivou essa transformação, mas o que a gente pode dizer é que é um fenômeno nacional”, diz o analista da divulgação do Censo, Bruno Mandelli, à Agência Brasil.
“Tradicionalmente, no Brasil, o aluguel é mais comum em áreas de alto rendimento. Então, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina são regiões que tradicionalmente apresentam uma proporção maior da população residindo em domicílios alugados. Mas a gente aponta um aumento [dos aluguéis] em relação a 2010, em todas as regiões do país”, explica.
Maioria do aluguel em São Paulo e perfil geográfico diversificado
São Paulo é o estado com o maior número de moradores de aluguel, com cerca de 11 milhões de pessoas.
Minas Gerais ocupa o segundo lugar, com 4,3 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro, que registra 3,5 milhões de moradores de imóveis alugados.
O Centro-Oeste é a região com a maior concentração de aluguéis, com 26,7% da população nesta situação.
Entre os municípios, Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, surpreende com mais de 50% de seus habitantes morando em imóveis alugados.
Já Balneário Camboriú (SC) lidera nas cidades com mais de 100 mil habitantes, com 45,2%.
Cametá (PA) tem o menor percentual de moradores de aluguel, com apenas 3,1%.
Perfil etário e tendências de financiamento
A pesquisa também destaca a faixa etária dos brasileiros que mais recorrem ao aluguel: jovens entre 25 e 29 anos, com 30% vivendo em imóveis alugados.
Por outro lado, a maior parte dos proprietários de imóveis financiados está na faixa etária de 35 a 39 anos.
Propriedade e financiamento no mercado imobiliário
Dos imóveis próprios, 63% são quitados, ganhos ou herdados, enquanto 9% são financiados.
Os maiores índices de financiamento foram observados em municípios como Extremoz (RN), Valparaíso de Goiás (GO) e Fazenda Rio Grande (PR), onde os financiamentos chegam a representar mais de 40% das residências próprias.
A pesquisa também mostrou que a maioria das pessoas com imóveis próprios adquiridos, herdados ou recebidos ao longo da vida está na faixa etária de 70 anos ou mais.
Cenário de transformação no mercado imobiliário
Atualmente, 22% dos 72 milhões de domicílios permanentes no Brasil são alugados (cerca de 16 milhões), enquanto 6% são cedidos ou emprestados.
O número de imóveis alugados tem subido gradualmente, comparado aos Censos anteriores: 18% em 2010 e 14% em 2000.
Entre os imóveis próprios, as casas predominam, tanto alugadas quanto compradas.
Das moradias alugadas, 16% são casas, enquanto 5% são apartamentos. Nos imóveis próprios, as casas representam 44 milhões de unidades.
