Em julho de 2024, o Índice Nacional de Custo da Construção–M (INCC-M), publicado na sexta-feira (26) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou 0,69%, abaixo dos 0,93% observados em junho. Apesar dessa desaceleração, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 4,42%, representando um aumento em comparação com os 3,15% acumulados no mesmo período em 2023.
Cidades como Brasília e São Paulo registraram desacelerações em suas taxas gerais de variação, com São Paulo passando de 1,68% em junho para 0,69% em julho. Em contrapartida, cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre experimentaram aumentos nos custos, com o Rio de Janeiro destacando-se com uma alta de 1,52% em julho.
O índice é dividido em dois componentes: Materiais, Equipamentos e Serviços e Mão de Obra.
Mão de obra: A desaceleração foi mais evidente na componente de Mão de Obra, que caiu de 1,61% em junho para 0,85% em julho. No entanto, essa categoria ainda apresentou uma variação acumulada de 7,43% nos últimos 12 meses, indicando uma pressão contínua nos custos de trabalho no setor.
Materiais, equipamentos e serviços: No subgrupo de Materiais, Equipamentos e Serviços, observou-se um aumento de 0,58% em julho, comparado aos 0,48% do mês anterior. Materiais para Estrutura, por exemplo, teve um incremento de 0,39% em julho, após uma alta de 0,18% em junho. Já os Serviços, que incluem categorias como projetos, tiveram uma variação de 0,65% em julho, maior que os 0,29% em junho.
Perspectivas para o Setor
Paralelamente aos dados de custos, o Índice de Confiança da Construção (ICST) divulgado pela FGV IBRE subiu 0,9 ponto em julho, alcançando 97,3 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2024. Essa alta foi impulsionada principalmente pela melhora nas expectativas para os próximos meses, enquanto a avaliação da situação atual permaneceu estável.
O aumento do ICST foi atribuído à recuperação das expectativas empresariais quanto à demanda de edificações, infraestrutura e serviços especializados. Apesar disso, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da construção civil, que mostra a porcentagem da capacidade total para produção que está sendo usado, caiu para 79,5%, com destaque para a queda no uso de mão de obra e de máquinas e equipamentos.