Sob críticas, aiatolá do Irã palestra em São Paulo sobre terrorismo

01/08/2017 18:03 Atualizado: 01/08/2017 18:17

O clérigo islâmico Mohsen Araki esteve no Brasil para um evento sobre terrorismo realizado no sábado (29) em São Paulo. Ele participou da palestra ‘Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo e ao radicalismo’, no Hotel Wyndham Garden Convention, no bairro Santana, zona norte da capital, a convite do Centro Islâmico no Brasil.

A notícia se espalhou rapidamente pelas redes sociais e atraiu críticas de entidades religiosas e de cidadãos, preocupados com a possibilidade de a visita incentivar o radicalismo.

Conhecido por pregar o ódio aos judeus e apoiar grupos terroristas, Araki á autor de vários livros em que defende explicitamente a destruição do Estado de Israel. Suas ideias já foram publicamente apoiadas pelo atual líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

Iraquiano, Mohsen Araki é radicado no Irã, onde é um dos 88 membros da Assembleia dos Especialistas do Irã, que indica o líder supremo e orienta o governo do país, conhecido por perseguir minorias religiosas e apoiar grupos terroristas.

Ele também é suspeito de envolvimento no atentado terrorista contra a associação israelense AMIA, em Buenos Aires, que deixou 85 mortos e 300 feridos em 18 de julho de 1994.

A secretária de Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Teresa Bergher, chegou a solicitar o cancelamento da vinda do aiatolá e o hotel chegou a anunciar a suspensão do evento. Apesar do repúdio e da mobilização contrária, porém, o evento foi mantido.

“Terrorismos”

O líder islâmico chamou de “terrorismo” as restrições impostas por Israel à entrada de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, em reação a um atentado terrorista no dia 14 de julho que matou dois policiais israelenses na cidade.

Com forte retórica antiamericana, o clérigo xiita defendeu o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, e acusou os Estados Unidos de “implantar a discórdia no Iraque” e de “patrocinar grupos terroristas” (rebeldes) sunitas pró-Arábia Saudita. “Os dirigentes do Golfo viram a paz na Síria, tiveram inveja e a tiraram deles.”

O aiatolá encerrou seu discurso condenando o terrorismo “que atingiu a França, a Bélgica, deve ser banido esse terrorismo que atinge o mundo inteiro”, em referência aos grupos terroristas específicos por trás dos atentados que mataram quase 200 pessoas na Europa nos últimos dois anos, como o Estado Islâmico.

Também participaram da conferência o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan, e o vereador petista de São Paulo Eduardo Suplicy, entre outros.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khameneni (Akkasemosalman)
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khameneni (Akkasemosalman)

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