Por Bruna Lima, Terça Livre
O governador de São Paulo (SP), João Doria, teceu diversas criticas contra o presidente Jair Bolsonaro durante uma entrevista na terça-feira (30) no aplicativo Clubhouse.
Ao comentar a atuação de Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus, o governador chamou o presidente de “imbecil”, expondo o mesmo descontrole com que tratou o jornalista Rodrigo Constantino no dia 2 de fevereiro, durante um programa na Jovem Pan.
Na ocasião João Doria atacou o jornalista que havia criticado as medidas do Plano São Paulo de restrições.
Durante a entrevista dessa terça-feira, no entanto, o governador afirmou que Bolsonaro tem “vocação extrema para o autoritarismo” e que o maior desejo do presidente “é ser ditador do Brasil”, alegando que o chefe do executivo é um “burro” e “doente mental.”
Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, o governador de São Paulo, eleito na esteira da campanha de Jair Bolsonaro, se tornou um opositor do Governo Federal em todas as determinações do Executivo.
Além das críticas e ofensas, Doria ainda afirmou que o presidente enganou o Brasil e que não apoiará novamente e nem votará em Bolsonaro em uma próxima eleição.
Segundo o governador, Jair Bolsonaro só obteve seu apoio, porque tinha o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, dando “respaldo” a seu governo.
No Boletim da Manhã da quarta-feira (31) o jornalista e fundador do Terça Livre, Italo Lorenzon, analisou os ataques realizados por João Doria.
“Quando Doria fala para Bolsonaro, na verdade, está falando para o espelho”, disse Lorenzon. Em sua análise, o jornalista identificou um possível “raciocínio projetivo” nas declarações de Doria.
O jornalista analisou que com a existência de “horizonte de consciência”, que é o limite até onde a consciência da pessoa alcança, cada ser humano tenta amplia-lo com base naquilo que conhece e adquire mais conhecimento através de leitura de clássicos, literatura, estudo de filosofia etc. No entanto, que não busca ampliar o próprio horizonte de consciência, este horizonte se reduz a mediocridade.
Esta realidade de mediocridade, então, poderia ser identificada nas declarações de João Doria e em sua perseguição às personagens que ele acredita que poderiam “ameaçar” sua autoridade e domínio, como é o caso do presidente Bolsonaro.
“Por que Doria diz isso? Porque sabe que ele mesmo tem – a vocação autoritária -, é o que ele faria no lugar do Bolsonaro, e é o que ele está fazendo hoje no estado de São Paulo, passando decretos à revelia da Constituição através de uma injunção mal feita com o STF”, completou o jornalista.
Com informações: Uol.
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