A crise no varejo brasileiro provocou uma série de reestruturações drásticas em grandes redes como Casas Bahia e Americanas, que fecharam várias lojas e realizaram demissões em massa para conter prejuízos e tentar reverter cenários financeiros críticos. Essas medidas, refletindo os desafios enfrentados pelo setor, também foram adotadas por outras empresas como Carrefour, Marisa e Dia, que precisaram ajustar suas operações.
A Casas Bahia, uma das maiores redes varejistas do Brasil, fechou 55 lojas em 2023, com 17 desses fechamentos ocorrendo no último trimestre, resultando na demissão de 8,6 mil funcionários. A empresa, que registrou um prejuízo de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, tomou essas medidas para eliminar pontos de venda deficitários e reduzir custos. Além disso, houve uma redução de 42% na alta liderança como parte dos esforços para reverter o cenário financeiro negativo.
A Americanas, outra gigante do varejo, foi duramente atingida após a descoberta de uma fraude contábil de R$ 25,2 bilhões em janeiro de 2023. A empresa fechou 152 lojas e demitiu 13.875 funcionários, reduzindo sua força de trabalho de 43.123 para 32.248 empregados.
A crise no varejo brasileiro levou a uma série de reestruturações que impactaram várias redes. O Dia, por exemplo, decidiu fechar 343 de suas 587 lojas após entrar em recuperação judicial em março de 2023, concentrando suas operações em São Paulo e resultando na demissão de cerca de 3,5 mil funcionários, reduzindo sua equipe a 2 mil pessoas.
O Carrefour também foi duramente afetado, registrando um prejuízo de R$ 565 milhões no último trimestre de 2023, o que provocou o fechamento de 123 lojas e a possível demissão de até 12,5 mil trabalhadores.
A rede Marisa, enfrentando dificuldades semelhantes, confirmou o fechamento de 91 lojas, o que pode impactar até 2,4 mil funcionários. Essa série de ajustes reflete o esforço das empresas para lidar com o cenário econômico desafiador que o setor enfrenta.
De acordo com o SEBRAE, o varejo foi um dos principais responsáveis pela queda da taxa de desemprego em 2023 de 13,5% para 11,1%, empregando cerca de 8,5 milhões de pessoas, o que representa 25,8% dos trabalhadores formais no país. Agora, porém, a realidade é oposta a que aconteceu em 2023 e a tendência é de um novo aumento no desemprego.