Crise leva um milhão de famílias à queda na escala social, segundo ABEP

10/06/2016 21:59 Atualizado: 10/06/2016 21:59

De 2015 para 2016, um milhão de famílias (4 milhões de pessoas) baixaram de classe social, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP) e publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 29 de maio. Segundo a pesquisa, uma parcela da população que estava na classe C1 foi para a C2. Uma outra parte caiu da C2 para os grupos D/E.

Isto foi resultado do congelamento salarial e do desemprego que acertaram em cheio o poder aquisitivo, causando recessão. Com a queda do consumo, caiu também a receita de impostos.

Conforme admitido pelo próprio IBGE, a inflação de 10,6% não foi recuperada, na maior parte dos casos, pelos salários dos trabalhadores regidos pela CLT e dos funcionários públicos.

Deve-se somar a esse resultado os índices inflacionários mensais de janeiro a maio deste ano. Somente 29% da mão de obra ativa brasileira que recebe salário mínimo e os aposentados e pensionistas do INSS conseguiram recuperar a elevação do custo de vida constatada em 2015. Para o restante da população, as perdas salariais se acumularam e continuam se acumulando.

Leia também:
Janot pede prisão de Renan, Cunha, Jucá e Sarney
‘Japonês da Federal’ é preso pela PF em Curitiba
Gilmar Mendes critica vazamento de informações em processos sigilosos

Classes de renda

O Estado de São Paulo fala ainda sobre como é a divisão da mão de obra ativa (100 milhões de homens e mulheres) por classes de renda.

O Brasil tem cerca de 57 milhões de famílias. A classe A é constituída por 3% da população. A classe B1 por 5%. A B2 por 15%. A C1 por 23%. A C2 por 27. Por fim, o grupo comparativamente preponderante, classes D/E, camada na qual se situam 29% dos brasileiros.

Na classe A encontram-se as famílias (não pessoas, mas o conjunto de 4 pessoas) com renda mensal de 20,9 mil reais. Na B1 as famílias de salários mensais de 9,2 Mil. Logo após, a B2 unindo grupos familiares que recebem 4,8 mil mensais. Em seguida, a classe C1 dos que ganham 2,7 mil. Abaixo a C2 com 1 mil e 600 reais. Por fim, os grupos D/E, com rendimentos na faixa do salário mínimo.

Ocorre que 56% dos grupos familiares têm vencimentos de 1 a 2 salários mínimos. Considerando-se a proporção de 1 a 3 SM, esse conjunto representa 79% dos que trabalham no Brasil. Somente 8% têm salários que podem ser considerados como classe média. Trata-se aqui de renda média familiar, resultado da soma dos salários de 4 pessoas em média.

A parcela dos que recebem mais de 9,2 mil reais está abaixo de 10%. Se esticarmos a faixa de renda, neste caso individual, para reunir aqueles cujos salários ultrapassam 20 salários mínimos, acharemos só 0,8% da população.