Crescimento da população de escorpiões preocupa autoridades de saúde no Brasil

Por Redação Epoch Times Brasil
21/11/2024 20:19 Atualizado: 21/11/2024 20:19

A proliferação do escorpião amarelo brasileiro, uma das espécies mais perigosas, tem gerado alarmes nas autoridades de saúde pública em todo o Brasil

Esse crescimento nos casos de acidentes, inclusive fatais, está relacionado à expansão urbana desordenada e consequentemente alterações acentuadas nos biomas, que criam um ambiente favorável para a disseminação da espécie. 

O aumento das temperaturas intensifica a atividade e reprodução dos escorpiões, enquanto o desequilíbrio ecológico causado pela urbanização reduz o número de predadores naturais, como lagartos e aves. 

Paralelamente, a abundância de baratas, uma de suas principais fontes de alimento, contribui para a sua proliferação nas áreas urbanas.

O número crescente de escorpiões tem preocupado especialmente pelo fato de que eles representam a principal causa de mortes entre os animais peçonhentos no país, superando até mesmo as picadas de cobras. 

Os impactos não se limitam apenas ao número de casos graves, mas também afetam os serviços de saúde, que enfrentam um aumento da demanda por tratamento antiescorpiônico.

Panorama nacional: distribuição de casos

Entre as regiões do país, o Sudeste lidera com 93.369 registros, seguido pelo Nordeste, com 77.539 casos. 

O Centro-Oeste acumula 16.759 notificações, enquanto as regiões Sul e Norte somam 7.573 e 7.084 casos, respectivamente.

São Paulo é o estado com mais ocorrências (48.651), seguido por Minas Gerais (38.827) e Bahia (22.614). 

Entretanto, Alagoas se destaca pelo maior índice proporcional, com 376,02 casos por 100 mil habitantes, enquanto Minas Gerais apresenta a maior taxa de letalidade, de 0,17%.

A maioria dos acidentes ocorre em zonas urbanas (65,92%), enquanto áreas rurais representam 30,43% dos casos. Zonas periurbanas registram apenas 0,53% das ocorrências, e em 3,12% dos casos a localização não foi informada.

Locais de picadas e gravidade dos casos

Pés e mãos concentram a maior parte das picadas, respondendo por mais de 60% dos casos. O pé lidera (22,56%), seguido por dedos da mão (22,28%) e da mão inteira (18,32%). 

Outras partes do corpo, como tronco, cabeça e coxas, aparecem em menor proporção. Em 2,85% dos registros, o local não foi especificado.

A maioria dos casos é considerada leve (89%), enquanto 5,99% são moderados e 0,77% graves. Em 4,16% dos casos, a gravidade não foi registrada.

Sintomas e impacto do tempo de atendimento

Os sintomas mais comuns incluem dor (85,69%), inchaço (64,55%) e, em menor escala, sangramento subcutâneo (10,9%). 

Em casos graves, pode haver necrose (1,26%) e complicações graves, principalmente em crianças e idosos.

A rapidez no atendimento é crucial. Pacientes tratados dentro de 12 horas apresentam uma taxa de letalidade inferior a 10%. 

Porém, quando o atendimento ultrapassa 24 horas, esse índice aumenta para quase 40%, destacando a importância de acesso rápido ao tratamento.