Por Agência Brasil
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo no Congresso e membro da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Covid do Senado disse nesta segunda-feira (16) que a CPI não quer investigar corrupção de verdade, citando o Consórcio do Nordeste e escândalos ocorridos em estados como Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Ele afirmou que parlamentares governistas e independentes estão preparando um relatório paralelo ao que está sendo elaborado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“A CPI não cumprirá seu objetivo se ela não produzir ali um trabalho que represente minimamente uma investigação que vá além do que o relator Renan [Calheiros] tem se esforçado para fazer neste momento, que é o foco 100% no governo federal, no Ministério da Saúde. Com ele, não tem chance de investigação do que aconteceu no Consórcio Nordeste, há uma blindagem no Consórcio Nordeste, não tem chance para investigar profundamente o que aconteceu em outros estados”, disse o senador.
Segundo Marcos Rogério, se depender das lideranças da CPI, não haverá investigação sobre os recursos repassados pela União a estados e municípios. “Eles não querem investigar corrupção de verdade, e aí ficam trabalhando em cima das narrativas. O governo Bolsonaro está diante do maior escândalo de corrupção, aí quando você pega e vai ver, não tem um centavo pago. Não há nada concretamente contra o governo federal no tocante à questão da corrupção, há em relação aos estados. No meu relatório, no relatório que nós vamos apresentar, certamente que nós vamos passar por tudo aquilo que nós tivemos contato. Chegou documento, tem prova, é possível produzir um relatório com base no que está ali? Nós vamos produzir, sem falar naqueles pontos que já falamos ao longo das oitivas até aqui”, garantiu.
O senador foi entrevistado no programa Sem Censura, da TV Brasil, e falou também sobre temas como projetos para os microempresários, pedidos de impeachment de ministros de Supremo Tribunal Federal (STF) e sobre a pandemia e seus efeitos.
Para Marcos Rogério, os nomes de André Mendonça para o Supremo e de Augusto Aras para ser reconduzido à Procuradoria-Geral da República devem ser aprovados em sabatinas no Senado. Ele disse que os senadores governistas estão fazendo seu trabalho neste sentido para diminuir eventuais resistências contra os dois nomes.
O senador também falou sobre temas que considera importante serem discutido pelo Senado, como a reforma tributária. “É um tema complexo, que envolve disputas regionais, é um tema que nós vamos ter que continuar trabalhando, amadurecendo, tanto as propostas que estão na Câmara quanto a PEC [proposta de emenda à Constituição] que está no Senado Federal. Esta semana devemos ter algumas reuniões para tratar deste assunto. Queremos avançar, pelo menos garantir a simplificação do sistema”, garante Marcos Rogério, que se diz otimista de que o Senado possa avançar ainda mais tanto na reforma tributária quanta na administrativa.
Veja aqui a entrevista completa:
Edição: Fábio Massalli
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