A quinta edição da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) no Brasil conta com o presidente da Argentina, Javier Milei, que deve se reunir na tarde de domingo (7) com o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL). O evento é uma edição local da uma conferência que ocorre atualmente nos desde 1974 e tem sido realizada também em outros países.
Nos EUA, já houve 50 edições da conferência, considerado o mais influente encontro de conservadores do mundo. Organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Brasil, o evento acontece em Balneário Camboriú, Santa Catarina, nos dias 6 e 7 de julho.
A previsão é que o chefe do Executivo do país vizinho chegue ao Brasil na noite de sábado e jante com os governadores Jorginho Mello (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Santa Catarina e São Paulo, respectivamente. No dia seguinte, Milei discursará na CPAC, encerrado o evento.
Outros participantes internacionais da CPAC Brasil incluem:
- José Antonio Kast, do Chile, que deve tentar pela terceira vez ser presidente de seu país após ter concorrido em 2017 e 2021;
- Gustavo Vilatoro, ministro da Justiça de El Salvador, um dos responsáveis por implementar a política “tolerância zero” com o crime, adotada pelo governo de Nayib Bukele;
- Rita Matias, deputada do Chega, de Portugal, descrita por Eduardo Bolsonaro como “mistura de Nikolas Ferreira e Ana Campagnolo”;
- Rob Ross, eurodeputado holandês que convidou conservadores brasileiros a falarem sobre liberdade de expressão e censura no Parlamento europeu;
- Eduardo Verástegui, do México, ator e produtor do filme “Som da Liberdade”, sucesso internacional.
“Isso prova que, na verdade, nós não somos pessoas isoladas, que estão tendo um devaneio. O que a gente está falando é o que a maioria do Ocidente está pensando”, avalia Eduardo Bolsonaro ao Estadão.
O objetivo da CPAC Brasil é reunir “agentes públicos eleitos, lideranças conservadoras e milhares de ativistas para que aprofundem e ampliem o conhecimento enquanto capacitam conservadores com habilidades para se tornarem ativistas mais eficazes”.
Atrito entre Milei e Lula
O evento ganhou atenção em meio a atritos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Milei. O petista disse em entrevista que o argentino deveria pedir desculpas por ter falado “muitas bobagens” sobre ele e o Brasil durante a eleição de 2022.
“As coisas que eu disse, ainda por cima, são corretas. Qual o problema de chamá-lo de corrupto? E por acaso não foi preso por ser corrupto? Eu o chamei de comunista. E por acaso não é comunista?”, respondeu Milei.
O argentino também não participará da cúpula do Mercosul, marcada para segunda-feira (8) em Assunção, no Paraguai – evento no qual Lula estará presente. Na quarta-feira (4), o presidente argentino notificou o Itamaraty sobre sua viagem ao Brasil. Milei entrará em solo brasileiro sem se encontrar com Lula.
O organizador do evento criticou o que percebe como censura de opositores e disse esperar mudanças na tendência política com uma possível eleição de Donald Trump.
“O prazo de validade dessa estratégia atual da esquerda, de tentar censurar os opositores, vai até o dia 5 de novembro (data da eleição nos EUA). Quando o Trump ganhar, eles vão ter que reformular a estratégia”, disse Eduardo.