Os Correios registraram um saldo negativo de R$ 597 milhões ao encerrar o ano de 2023. As informações são de um relatório da estatal publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (28). Apesar do número elevado, o prejuízo de 2023 não superou 2022, contabilizado em R$ 768 milhões.
A empresa registrou um crescimento de 22% no resultado líquido e de 36% no EBITDA em 2023, em comparação com o ano anterior. Com a melhoria nos indicadores econômicos, a empresa trabalha com a previsão de lucro na ordem de R$ 150 milhões para 2024.
Diante das discussões contínuas sobre a eventual privatização da estatal, a empresa adotou uma postura otimista, mesmo com o prejuízo significativo, destacando pontos positivos e enfatizando prejuízos da gestão anterior.
“A redução do prejuízo herdado da gestão anterior em cerca de R$ 200 milhões foi possível por meio de medidas eficientes de gestão que resultaram na melhoria de processos, proporcionando economia de R$ 1,3 bilhão no decorrer de 2023. Um exemplo foi a adoção de tecnologias para otimizar processos internos, com aumento de eficiência e produtividade”, diz a estatal no relatório.
De acordo com o balanço, a receita total dos Correios no ano passado atingiu R$ 21,6 bilhões, representando uma queda de 1,83% em comparação com o ano anterior. No total, a empresa destinou R$ 755,4 milhões para investimentos em 2023, representando uma diminuição de 0,4% em relação a 2022.
Os Correios anunciaram ainda a concessão de aumentos salariais e a restauração de benefícios previamente cortados para seus funcionários. O total de colaboradores alcançou 85.882, refletindo uma redução de quase 2% em comparação com o ano anterior.
O relatório aponta como destaques:
– Crescimento significativo de 23,2% nas receitas do segmento internacional, impulsionado por ações direcionadas para atender às demandas dos marketplaces, aprimorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência nas entregas.
– Investimento na renovação da frota de distribuição própria, com aquisição de 3.176 veículos, 1.753 bicicletas cargo com baú e 307 bicicletas elétricas, totalizando um investimento de R$ 364 milhões.
– Valorização dos funcionários, incluindo a reposição de benefícios cortados anteriormente e aumento salarial, visando motivar a equipe a continuar fornecendo serviços de alta qualidade exigidos pelos clientes.
– Expansão da cobertura com criação de novas rotas, reduzindo os prazos de entrega e aumentando a competitividade dos serviços de encomendas nacionais, especialmente o Sedex.
– Aprimoramento contínuo da plataforma digital Correios Empresas para atender de forma rápida, confiável, escalável e segura às necessidades das pequenas e médias empresas.
– Criação e atualização de mais de 90 mil CEPs em mais de 120 localidades, beneficiando mais de cinco milhões de habitantes e representando um aumento de 65 localidades em comparação com 2022.
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os Correios têm imunidade tributária e não pagam impostos. Segundo cálculos publicados pelo The Investor, caso pagasse impostos, nos últimos 13 anos a empresa acumularia um prejuízo de cerca de R$18,5 bilhões.