O governo não tem dinheiro para injetar nos Correios, declarou na terça-feira (28) o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab. Segundo ele, a única saída para a empresa é cortar gastos.
“Não há saída; é preciso fazer corte de gastos radical”, declarou Kassab, após tomar parte, no Palácio do Planalto, da solenidade de Sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, junto com o presidente Michel Temer.
Mesmo sendo contra a privatização total ou parcial dos Correios, o ministro não desconsiderou essa possibilidade no caso de a companhia não conseguir sanar o rombo em suas contas, que em 2016 chegou perto de R$ 2 bilhões, mesmo valor de 2015. “O rombo nos Correios é reflexo de má gestão, corrupção e loteamento”, acusou Kassab.
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Uma das formas consideradas pela estatal para enxugar o orçamento é fechar agências existentes em grandes centros urbanos de todos os Estados brasileiros. Não se sabe com precisão o número de agências que deveriam ser fechadas, mas o objetivo é fundir agências consideradas “superpostas”, ou seja, muito próximas umas das outras. Por exemplo, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, num raio de 10 km, existem 20 agências próprias da empresa que contam com apenas 1 km de distância uma da outra.
Outras duas questões levantadas são o plano de demissão voluntária (PDV) apresentado aos funcionários e a reformulação da política de difusão dos serviços postais, que exige que a estatal esteja presente em todos os municípios. As inscrições para o PDV terminaram em fevereiro e tiveram aproximadamente 5 mil adesões, número inferior à meta de 8,2 mil empregados. Com isto, está prevista uma economia de R$ 500 milhões, valor que ficou abaixo dos R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão previstos.