Por Agência EFE
Os fabricantes de veículos temem uma possível paralisação da produção de alguns modelos no final de março ou início de abril como resultado do coronavírus, o que poderia afetar a importação de peças da China, conforme explicado na quinta-feira pelos empregadores do setor.
O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, expressou em entrevista coletiva a preocupação do setor com possíveis problemas no fornecimento de peças do país asiático, principal fornecedor do Brasil nesse setor.
Apesar do alerta, Moraes transmitiu uma mensagem de tranquilidade e disse que os fabricantes têm alternativas para contornar os possíveis efeitos do coronavírus, cujo epicentro é a China.
“Alguns fabricantes podem ter um risco maior que outros, mas se algum deles precisar parar, a compensação poderá ser feita no mês seguinte”, acrescentou.
A associação do setor também anunciou hoje a suspensão do Salão do Automóvel, um dos principais eventos anuais do setor automotivo da América Latina, depois que mais de uma dúzia de marcas manifestaram sua retirada do evento.
Nesse sentido, a Anfavea pediu um posicionamento do governo brasileiro para combater os efeitos econômicos do coronavírus, que derrubou as bolsas de valores em todo o mundo, incluindo a brasileira.
O vírus também pressionou fortemente o real brasileiro, que está no nível mais baixo de sua história, uma vez que a forte aversão ao risco por parte dos investidores desencadeou o valor da moeda americana.
Segundo a Anfavea, se o dólar continuar acima de 4,6 reais no Brasil, atualmente, o custo anual de importação poderá exceder 13.000 milhões de reais (cerca de 2.286 milhões de dólares) em 2019, 21.000 milhões de reais (cerca de 5.250 milhões de dólares) em 2020.
“Temos um problema que precisamos enfrentar. Vamos deixar a bicicleta parar ou vamos mantê-la em movimento?”, questionou o presidente da associação.