A última sondagem da Indústria da Construção, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em julho de 2024, revelou uma série de desafios enfrentados pelos empresários do setor. Entre os principais estão a elevada carga tributária e a dificuldade de encontrar mão de obra, tanto qualificada quanto não qualificada.
A carga tributária foi apontada como o maior desafio, com 28,3% dos empresários destacando esse fator. A questão da falta ou do alto custo da mão de obra não qualificada foi o segundo maior problema, mencionado por 24,7% dos participantes, o maior percentual já registrado para esse problema específico.
Além desses desafios, o setor enfrenta dificuldades com as taxas de juros elevadas, seguidas pela burocracia excessiva. A falta ou o alto custo de mão de obra qualificada também é uma preocupação, apesar de uma leve diminuição na sua incidência em relação ao trimestre anterior.
Impacto na atividade e emprego
O nível de atividade manteve-se em 49,9 pontos, próximo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica uma situação de estagnação em comparação ao mês anterior. O emprego no setor não apresentou grandes variações, com o índice ficando em 48,8 pontos, uma queda na criação de vagas.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) caiu para 68%. Essa variação indica que, apesar dos desafios, o setor tem mantido um nível de atividade razoável, embora com margem de lucro e condições financeiras que não inspiram confiança.
Custos e condições financeiras
O índice de insatisfação com a margem de lucro chegou a 45,6 pontos, enquanto a insatisfação com a situação financeira alcançou 48,7 indicando uma situação negativa.
O preço dos insumos e matérias-primas também subiu, com o índice de preços alcançando 61,8 pontos, um aumento em relação ao trimestre anterior. Essa alta, embora significativa, ainda é inferior aos picos observados em 2022, durante a crise provocada pela guerra na Ucrânia.
Expectativas e confiança
Apesar dos desafios, as expectativas para os próximos meses permanecem otimistas. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI) ficou em 51,8 pontos, sugerindo que, embora a confiança não seja alta, ainda existe uma expectativa de melhora. Os empresários esperam um aumento na atividade, novos empreendimentos e serviços, além de uma ligeira elevação no número de empregados.
A intenção de investimento também se manteve estável, com um índice de 46,6 pontos, o que indica uma propensão relativamente alta para investimentos futuros em comparação com a média histórica do setor.