O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou aumento na confiança dos empresários em diversas regiões do Brasil em agosto de 2024. No entanto, o Sensor, indicador da atividade industrial em São Paulo, revelou uma queda, destacando um cenário misto na economia industrial.
O relatório, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na quinta-feira (22), mostra que o Sul e o Sudeste registraram os avanços mais significativos, após um período de retração devido a fatores adversos, como as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em maio.
Segundo o levantamento, o índice subiu em 19 dos 29 setores analisados, com destaque para os setores de Manutenção e Reparação, Farmoquímicos e Farmacêuticos, e Máquinas e Materiais Elétricos, que lideraram os ganhos de confiança.
O cenário, contudo, não é uniforme em todo o país. De acordo com o Sensor, calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e publicado na quarta-feira (21), a indústria em São Paulo encerrou o mês de agosto com 48,9 pontos, uma queda de 2,2 pontos em comparação a julho. Esse resultado reflete uma mudança na sinalização de alta do mês anterior para uma queda na atividade industrial, posicionando o índice abaixo da linha de 50 pontos, o que indica retração.
O número de empregos na indústria paulista apresentou um leve aumento, subindo para 51,0 pontos em agosto, o que marca o sexto mês consecutivo de expansão. Em contrapartida, as vendas sofreram uma queda significativa de 5,3 pontos em relação a julho, registrando 49,9 pontos e indicando estabilidade nas vendas. Outro ponto crítico foi o indicador de investimentos, que caiu para 46,2 pontos.
O relatório da CNI também apontou que alguns setores continuam enfrentando desafios, com índices abaixo da linha de confiança (50 pontos). Entre os setores com menor confiança estão Produtos de Borracha (44,0 pontos), Biocombustíveis (47,1 pontos) e Equipamentos de Informática, Eletrônicos e Ópticos (47,4 pontos). Esses segmentos, que dependem fortemente de insumos e tecnologia, têm enfrentado dificuldades devido à volatilidade dos preços e à instabilidade nos mercados internacionais, explica a CNI.
As pequenas empresas, que em julho estavam abaixo da linha de confiança, mostraram recuperação em agosto, com o índice subindo de 49,3 para 51,1 pontos. Essa mudança de cenário indica que os empresários de pequenas indústrias estão mais otimistas quanto ao futuro, o que pode refletir em novos investimentos e contratações nos meses seguintes. Já as médias e grandes empresas também registraram aumento na confiança, com índices de 51,9 e 53,1 pontos, respectivamente.