O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,8 ponto em setembro de 2024, chegando a 96,9 pontos, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), divulgado na quarta-feira (2). O recuo foi atribuído a ajustes nas percepções sobre a demanda e ao aumento da cautela nas expectativas dos empresários, indicando desconfiança no ambiente empresarial.
Essa é a segunda queda no ICE em 2024, interrompendo uma sequência de seis meses de alta. O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) também teve um decréscimo, refletindo a piora nas previsões para a economia no médio prazo.
Entre os fatores apontados para esse recuo está o impacto da elevação da taxa básica de juros, que subiu para 10,75% em setembro, após permanecer estável por alguns meses. A expectativa é que a taxa de juros volte a subir ainda mais nas próximas semanas.
Essa elevação contribuiu para um cenário de maior prudência nas decisões empresariais, com os indicadores de expectativas para os próximos seis meses caindo 1,0 ponto, alcançando 96,0. Além disso, as projeções sobre a demanda para os três meses seguintes também recuaram, marcando uma queda de 1,4 ponto.
Outro aspecto que chama a atenção é o desempenho negativo entre 3 dos 4 setores. Apenas o Índice de Confiança do Comércio avançou 1,1 ponto, outros setores, como Indústria e Serviços, apresentaram quedas de 1,2 e 0,8, respectivamente.
A desaceleração nas expectativas empresariais está ligada à percepção de uma demanda mais fraca, especialmente na indústria e nos serviços. A demanda atual recuou 0,9 ponto, para 97,7, enquanto a situação dos negócios se manteve estável em 98,2 pontos.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E), que mede a percepção sobre o presente, caiu 0,5 ponto em setembro, atingindo 97,9 pontos. A queda foi impulsionada pela revisão negativa das condições da demanda corrente, indicando um período de ajustes e desaceleração no mercado.
Os índices setoriais de confiança reforçam essa tendência. Indústria, Serviços e Construção registraram quedas de 1,2, 0,8 e 0,4 respectivamente. Esse desempenho negativo aumenta as incertezas sobre uma retomada econômica sustentável.
A confiança do consumidor teve uma leve alta, com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subindo 0,5 ponto, chegando a 93,7 em setembro. No entanto, essa melhora foi impulsionada apenas pelas expectativas futuras, enquanto as percepções sobre as finanças atuais das famílias continuam negativas.