Confiança do Comércio regride em agosto e indica desafios no segundo semestre

Queda de 1,8 ponto no Índice de Confiança do Comércio reflete pessimismo com as expectativas futuras.

Por Redação Epoch Times Brasil
29/08/2024 20:18 Atualizado: 29/08/2024 20:18

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pelo FGV IBRE, registrou uma queda de 1,8 ponto em agosto de 2024, atingindo 89,1 pontos. Essa queda sucede um aumento modesto no mês anterior, reforçando um cenário de incerteza para o setor. 

A queda na confiança foi atribuída à piora nas expectativas dos empresários para o futuro próximo. O Índice de Expectativas (IE-COM), componente-chave do ICOM, recuou 5,5 pontos em agosto, atingindo 87,0 pontos. Esse declínio reflete uma visão mais pessimista sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses, com o indicador específico caindo 6,9 pontos, chegando a 89,2 pontos, o menor nível desde fevereiro.

Além disso, as perspectivas de vendas para os próximos três meses caíram pelo quarto mês consecutivo, recuando 4,1 pontos, para 85,1 pontos.

Análise do cenário atual

Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 2,0 pontos, atingindo 91,9 pontos. Essa alta foi impulsionada pelo aumento de 4,2 pontos no indicador de volume de demanda atual, que chegou a 92,7 pontos após três meses de queda. No entanto, a avaliação sobre a situação atual dos negócios caiu levemente, com uma redução de 0,3 ponto, atingindo 91,2 pontos.

Apesar da recente melhora no ISA-COM, a proporção de empresas que veem a demanda insuficiente como um obstáculo à expansão ainda é significativa. No trimestre móvel encerrado em agosto, 23,8% das empresas apontaram a demanda insuficiente como uma limitação, embora esse percentual tenha diminuído em relação aos meses anteriores. No setor de bens essenciais, como hipermercados, farmácias e combustíveis, essa percepção foi de 19,6%, enquanto para bens não essenciais chegou a 27,6%.

De acordo com Stefano Pacini, economista da FGV, o setor de comércio enfrenta desafios crescentes no segundo semestre de 2024. A incerteza sobre as taxas de juros e o risco inflacionário afetam diretamente o consumo e as expectativas dos empresários. Apesar da resiliência do mercado de trabalho e da leve melhora na confiança dos consumidores, a cautela persiste, e o otimismo em relação às vendas futuras é limitado.