O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 112,2 pontos em outubro e interrompeu uma sequência de cinco quedas consecutivas. Apesar disso, não houve crescimento no índice que registrou 0% de variação.
Na comparação anual, no entanto, houve uma retração de 0,5%, refletindo as dificuldades econômicas enfrentadas nos últimos meses.
Entre os fatores que influenciaram o resultado, o principal destaque negativo foi a percepção dos empresários sobre as condições atuais da economia. Este subindicador apresentou queda de 2,2% em relação ao mês anterior, permanecendo na zona de insatisfação, com 69,8 pontos.
As condições do setor e da empresa também recuaram, embora de forma menos acentuada. O subindicador que avalia as condições atuais do setor caiu 1,1%, enquanto a confiança dos empresários em relação à própria empresa diminuiu 0,5%.
Apesar do ambiente econômico mais desafiador, com pressões inflacionárias e taxas de juros elevadas como resposta, os comerciantes mantêm a intenção de investir. O subindicador de intenções de investimento apresentou alta de 0,2%, enquanto a intenção de contratação de funcionários teve o maior avanço do mês, de 1,1%.
Esse movimento reflete a preparação do comércio para as contratações temporárias de fim de ano. Os empresários estão mais otimistas em relação ao mercado de trabalho nos próximos meses. A expectativa dos varejistas sobre o futuro também apresentou sinais de recuperação.
O subindicador de expectativas cresceu 0,5% em outubro, revertendo uma tendência de queda que já durava quatro meses. O maior destaque foi a expectativa para o setor, que teve aumento de 0,9%.
Isso indica que os empresários acreditam em um desempenho positivo nas vendas de fim de ano, mesmo diante do cenário macroeconômico negativo.
Os empresários de bens duráveis, como eletrodomésticos e materiais de construção, foram os mais afetados pelas taxas de juros elevadas. Essas taxas encarecem o crédito e dificultam as vendas de itens de maior valor agregado.
No entanto, este segmento apresentou o maior crescimento mensal nas expectativas, de 1,2%, o que demonstra uma confiança renovada para o fim do ano.
Já os setores de bens essenciais, como supermercados e farmácias, registraram uma leve queda na confiança (-0,4%).
Isso reflete os impactos das pressões inflacionárias sobre o poder de compra dos consumidores.
Outro ponto importante é a intenção de contratação de funcionários, que registrou aumento em todos os segmentos. Essa intenção foi impulsionada pela preparação para as festas de fim de ano.
O comércio de bens duráveis liderou o crescimento, enquanto o setor de bens semiduráveis, embora também otimista, teve uma expectativa de contratação de 2% em comparação ao mesmo período de 2023.
Apesar das adversidades, a confiança dos empresários do comércio de roupas, tecidos e acessórios teve um desempenho positivo de 0,4%.
A melhora na percepção em relação às condições atuais das próprias empresas também contribuiu para o resultado.