Confiança da indústria despenca com 16 setores migrando para o pessimismo, aponta CNI

ICEI revela maior número de setores sem confiança desde 2023, com quedas em todas as regiões e portes de empresas; incertezas fiscais e juros altos agravam o cenário.

Por Redação Epoch Times Brasil
02/01/2025 15:34 Atualizado: 02/01/2025 15:34

A confiança do empresário industrial no Brasil registrou forte queda em dezembro de 2024. Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 27 dos 29 setores analisados apresentaram recuo.

No total, 16 setores migraram de um estado de confiança para falta de confiança, marcando o maior número de setores pessimistas desde maio de 2023, atingindo o maior número de setores sem confiança desde maio de 2023.

O índice considera valores acima de 50 como confiança e abaixo disso como falta de confiança. O levantamento é realizado mensalmente pela CNI e abrange 1.868 empresas, sendo 738 pequenas, 679 médias e 451 grandes.

Setores impactados

Os setores mais confiantes foram Farmoquímicos e Farmacêuticos, com 57,3 pontos, seguidos por Bebidas (55,0), Impressão e Reprodução (53,0) e Máquinas e Materiais Elétricos (52,8).

Já os setores menos confiantes incluem Produtos de Borracha (44,3), Madeira (45,6), Produtos de Minerais Não-Metálicos (47,6) e Têxteis (47,6). O setor de Equipamentos de Informática, Eletrônicos e Ópticos foi o único a sair da falta de confiança para a confiança, atingindo 52,0 pontos.

Empresas por porte

A confiança caiu em empresas de todos os portes. As grandes empresas ainda registraram confiança, mas com queda de 54,0 para 51,4 pontos. Pequenas e médias empresas, no entanto, passaram para um estado de falta de confiança, refletindo as dificuldades enfrentadas em um cenário econômico adverso.

Entre as pequenas empresas, o índice recuou de 51,5 pontos em novembro para 49,6 em dezembro. Nas médias empresas, houve queda de 52,8 para 49,8 pontos.

Regiões afetadas

O ICEI recuou em todas as regiões do país. A maior queda foi registrada no Sul, com -4,0 pontos, seguida pelo Sudeste (-2,5), Nordeste (-2,3), Centro-Oeste (-1,6) e Norte (-1,2).

As regiões Sudeste e Sul cruzaram a linha dos 50 pontos, indicando falta de confiança em dezembro. Já as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste permaneceram confiantes, apesar das quedas.

Quadro geral

O número de setores confiantes caiu de 27, em novembro, para 11 em dezembro. Os setores em estado de falta de confiança subiram de 2 para 17, consolidando o pessimismo na indústria.

A retração é explicada pelas incertezas econômicas, especialmente em relação ao ajuste fiscal e seus impactos sobre juros e câmbio. Segundo a CNI, juros elevados reduzem a demanda, enquanto a alta do câmbio eleva custos das empresas.