Confiança da indústria cai pelo segundo mês consecutivo

Por Matheus de Andrade
29/10/2024 22:01 Atualizado: 29/10/2024 22:01

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou queda pelo segundo mês consecutivo, recuando 0,6 ponto em outubro, atingindo 99,9 pontos. Essa é a segunda vez seguida que o índice recua e fica abaixo da marca dos 100 pontos.

Em médias móveis trimestrais, o ICI também recuou 0,6 ponto, para 100,7 pontos, após cinco meses consecutivos de alta. Isso reflete uma desaceleração no ritmo de confiança do setor industrial.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção da situação atual da economia, caiu 0,1 ponto, para 102,9. O Índice de Expectativas (IE), que mede a percepção da situação para os próximos 3 a 6 meses, recuou 1,3 ponto, para 96,8, indicando maior cautela quanto ao futuro.

Entre os componentes do ISA, os indicadores relacionados ao nível de demanda e à situação atual dos negócios registraram avanços de 2,8 e 0,5 pontos, respectivamente, atingindo 105,0 e 104,0 pontos.

Por outro lado, o nível de estoques apresentou piora de 3,4 pontos, alcançando 100,5 pontos, sugerindo estoques excessivos, acima do desejável.

Quanto às expectativas para os próximos meses, houve uma ligeira melhora no ímpeto de contratações, que aumentou 1,3 ponto, chegando a 100,4 pontos.

O indicador de produção prevista ainda assim caiu 4,4 pontos, para 93,1, o pior resultado desde novembro de 2023. A tendência dos negócios para seis meses recuou 0,3 ponto, para 97,3.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também sofreu queda em outubro, recuando 0,8 ponto percentual, ficando em 82,6%.

Esse índice aponta para uma menor utilização da capacidade produtiva, refletindo uma demanda mais fraca ou ajustes nos níveis de produção frente às expectativas mais contidas.

Em termos setoriais, 7 dos 19 segmentos industriais pesquisados apresentaram queda na confiança em outubro.

De modo geral, os resultados indicam uma estabilidade na avaliação da situação atual, mas deterioração nas perspectivas futuras.

A queda consecutiva no Índice de Confiança da Indústria vem em um momento de incertezas macroeconômicas. Embora os indicadores de emprego e renda se mantenham positivos, a taxa de juros elevada continua influenciando as expectativas dos empresários e não baixaram devido a tendência do aumento na inflação.

Além disso, o aumento dos estoques sugere que a demanda não está acompanhando o ritmo da produção, o que gera preocupações para o final do ano.