O Índice de Confiança da Indústria (ICI) publicado na segunda-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) registrou um aumento de 3,3 pontos em julho de 2024, alcançando 101,7 pontos. Este crescimento é a quarta alta consecutiva do índice, devido a uma melhora na percepção da situação atual e nas expectativas para o futuro.
A pesquisa revelou que 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados registraram aumento na confiança.
O Índice de Situação Atual (ISA), que compõe o ICI, subiu 4,4 pontos, chegando a 103,7 pontos. Este é o maior nível registrado desde novembro de 2021. O aumento foi impulsionado principalmente pela elevação do subíndice que mede a demanda, que avançou 6,3 pontos, atingindo 105,5 pontos.
O Índice de Expectativas (IE), que reflete as perspectivas dos empresários para os próximos meses, cresceu 2,1 pontos, atingindo 97,6 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também subiu, alcançando 83,4%, um aumento de 0,9% em relação ao mês anterior. Este aumento no NUCI indica que as empresas estão utilizando mais sua capacidade produtiva. Para o consumidor, isso pode resultar em uma maior disponibilidade de produtos no mercado e, potencialmente, em preços mais competitivos.
Quanto às expectativas futuras, houve uma melhora geral nos componentes do índice, especialmente no quesito relacionado ao ímpeto de contratações, que avançou 3,9 pontos, chegando a 102,1 pontos. A expansão na intenção de contratar sugere que mais pessoas poderão encontrar emprego nos próximos meses.
As expectativas para a produção e a tendência dos negócios nos próximos seis meses apresentaram crescimento mais modesto, com aumentos de 0,8 e 1,6 ponto, respectivamente. Para os consumidores, a expectativa de uma produção estável ou em crescimento significa que não deverão ocorrer escassezes de produtos, o que ajuda a manter os preços sob controle.
Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, observou que a confiança na indústria foi impulsionada pela percepção de uma melhora na situação atual dos negócios e pela expectativa de um ambiente econômico mais favorável até o final do ano. Pacini destacou que, embora o ciclo de quedas na taxa de juros tenha sido interrompido, os indicadores de trabalho e renda permanecem positivos, o que contribui para o otimismo disseminado entre os empresários do setor industrial.
“[A] maior parte das empresas sinalizam que não há dificuldades para aumentar a produção no momento. Em relação ao futuro, há uma perspectiva positiva relacionada ao ambiente de negócios para o fim do ano e ao ímpeto de contratações. No cenário macroeconômico, apesar da interrupção do ciclo de quedas na taxa de juros, os indicadores de trabalho e renda continuam positivos e contribuem com o otimismo disseminado entre os segmentos da indústria”, explicou Stéfano.