Condenados pelo incêndio na Boate Kiss são condenados a prisão

Por Redação Epoch Times Brasil
03/09/2024 10:37 Atualizado: 03/09/2024 11:40

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (2) a prisão de quatro pessoas condenadas pelo incêndio na Boate Kiss. 

A tragédia, ocorrida em janeiro de 2013 em Santa Maria, Rio Grande do Sul, resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.

Os condenados incluem Elissandro Callegaro Spohr, ex-sócio da boate, com pena de 22 anos e seis meses de prisão, e Mauro Londero Hoffmann, também ex-sócio, com pena de 19 anos e seis meses. 

Além deles, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha, produtor musical, foram condenados a 18 anos de prisão cada um.

A decisão de Toffoli seguiu um recurso apresentado pelo Ministério Público, que buscava reverter a suspensão das condenações decidida anteriormente pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Os recursos das defesas haviam argumentado que as condenações apresentadas pelo Tribunal do Júri estavam repletas de nulidades, incluindo a condução irregular do julgamento e o sorteio de jurados fora do prazo legal.

Toffoli rejeitou as alegações das defesas e afirmou que as ilegalidades devem ser contestadas durante o julgamento, não após a decisão. 

“O reconhecimento dessas ilegalidades pelo STJ e pelo TJRS, levando à anulação da sessão do júri, viola diretamente a soberania do júri”, declarou o ministro.

Com essa decisão, o STF reafirma a validade das condenações e determina a retomada das penas impostas aos envolvidos no evento.

Relembre o caso

O incêndio devastador na Boate Kiss, que ocorreu durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, teve início quando um dos músicos disparou um rojão dentro do estabelecimento. 

O projétil atingiu o revestimento acústico do teto, que, sendo inadequado para ambientes de alta temperatura, inflamou-se rapidamente, provocando a propagação das chamas.

O material inflamável produziu uma fumaça altamente tóxica, que se revelou fatal para muitos jovens presentes. As falhas nas condições de segurança, como a falta de ventilação adequada e a ausência de extintores de incêndio apropriados, contribuíram para a gravidade da tragédia.

Com 242 mortes e mais de 600 feridos, o incêndio na Boate Kiss tornou-se a segunda maior tragédia em incêndios no Brasil, só superada pelo incêndio no Gran Circus Norte-Americano em Niterói, em 1961, que ceifou a vida de 503 pessoas.