O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) realizou um comício no último sábado (24), na zona sul da capital, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da vice candidata da chapa, Marta Suplicy (PT). No evento, o Hino Nacional foi executado em linguagem neutra. O verso “Dos filhos deste solo és mãe gentil” foi modificado para “Des filhes deste solo”.
O deputado federal, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), protocolou nesta terça-feira (27) uma notícia-crime contra Boulos na Procuradoria Geral da República (PGR), acusando-o de crime contra os símbolos nacionais, conforme prevê a legislação brasileira.
A Lei nº 5.700/1971 estabelece que, “em qualquer hipótese, o Hino Nacional deverá ser executado integralmente, e todos os presentes devem tomar uma atitude de respeito”. Além disso, a lei proíbe “a execução de quaisquer arranjos vocais do Hino Nacional”.
O descumprimento dessas disposições pode resultar em multa, e a penalidade pode ser agravada em caso de reincidência.
Lula: entre a linguagem neutra e a quebra do protocolo
As imagens mostram Boulos, Marta e seus aliados cantando efusivamente a versão alterada do Hino durante o ato na Praça do Campo Limpo, enquanto Lula aparenta ter sido pego de surpresa.
O petista, embora tenha demonstrado em várias ocasiões ser alinhado com as pautas progressistas, chegou a levar a mão ao rosto, como se estivesse disfarçando para se esquivar de cantar “des filhes” em vez de “dos filhos”.
Com isso, Lula acabou infringindo o protocolo que exige a imobilidade do corpo durante a execução do Hino Nacional em respeito à pátria.
Boulos segue narrativa do governo
Depois de desrespeitar o Hino Nacional e consequentemente um dos símbolos do Brasil, Boulos ameaçou a direita.
“Da mesma forma que há dois anos a gente derrotou o coisa ruim [Jair Bolsonaro – PL], a gente vai derrotar as duas faces do bolsonarismo na maior cidade do Brasil”, disse o psolista referindo-se aos candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).