O julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco, teve início na quarta-feira (30), no 4.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. A sessão começou às 9h e deve se estender por pelo menos dois dias, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Lessa é réu confesso do crime, assumindo ter disparado os tiros que mataram Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018. Élcio é acusado de ter dirigido o veículo utilizado na ação.
Ambos estão presos desde 2019, e a expectativa é de que o Ministério Público (MP) solicite penas que somam 84 anos para os réus.
O juiz Gustavo Kalil definiu a data do julgamento em reunião no Fórum Central do Rio, ocorrida em 12 de outubro, onde estavam presentes representantes do MP, assistentes de acusação e a defesa dos réus. A audiência acontece seis anos após o crime.
O júri do caso, denominado Conselho de Sentença, será composto por 21 pessoas comuns, das quais sete serão sorteadas no momento.
Todas devem ficar isoladas durante o julgamento, e depois dormir nas dependências do TJ-RJ. Eles decidirão se Lessa e Élcio são culpados ou inocentes pelo crime.
Irmãos Brazão estão na mira
Além de Élcio e Lessa, a denúncia aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho deste ano também envolve os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, supostos mandantes do assassinato, conforme indicado por Lessa em delação premiada à Polícia Federal.
O Supremo também incluiu na mesma ação um ex-assessor de Domingos: o delegado da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, além de Robson Calixto da Fonseca, e Ronald Alves, conhecido como major Ronald.
Domingos foi deputado estadual por quatro mandatos no RJ e, durante o quinto, tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), enquanto Chiquinho é deputado federal pelo Rio há dois mandatos. Ambos, juntamente com Barbosa, foram presos em 24 de março deste ano pela PF.
