O Ministério da Saúde alertou que, neste ano, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná devem enfrentar “provável incidência elevada” nos casos de dengue. Em 2025, já foram registrados 10.158 casos prováveis de dengue, com 10 óbitos em investigação.
A previsão de aumento foi comunicada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que atribuiu a continuidade do fenômeno climático El Niño como um dos principais fatores para essa projeção.
O El Niño pode intensificar condições climáticas que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Além do impacto climático, o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue, especialmente em São Paulo, também preocupa as autoridades. O sorotipo 3 é uma variação do vírus que pode levar a quadros mais graves da doença.
“É uma doença que envolve fortemente fatores ambientais, comportamentais e sociais. O que temos hoje é um cenário com indicativo de aumento nos estados mencionados. Há, sim, projeções de redução no número de casos, mas isso depende muito dessa preparação”, afirmou a ministra.
Trindade fez essas declarações durante o lançamento do Centro de Operações de Emergência (COE), no Ministério da Saúde, junto com o Novo Plano de Contingência Nacional, que visa enfrentar surtos de doenças como dengue, chikungunya e zika.
O COE promete antecipar o período sazonal da dengue, ajustar as redes de saúde, prevenir casos e mortes, reforçar medidas em estados e municípios e coordenar respostas a situações críticas.
A ministra também atribuiu o aumento recorde de casos de dengue em 2024 às mudanças climáticas, aquecimento global e alterações no regime de chuvas, além da circulação de novos sorotipos do vírus.
No ano passado, o Brasil registrou mais de 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e mais de 6 mil mortes. Os dados revelam que a maior parte dos casos ocorreu entre mulheres, e que a faixa etária mais afetada foi a de 20 a 29 anos.