Por Italo Toni Bianchi, Terça Livre
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes manteve a quebra de sigilo telefônico e telemático da produtora Brasil Paralelo Educação e Entretenimento S.A. A decisão foi tomada na última segunda-feira (9) e, embora tenha mantido o acesso da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia aos dados da empresa, o ministro restringiu o período para a partir de março de 2020.
De acordo com a JovemPan News, a decisão de Gilmar Mendes atendeu ao pedido da empresa para que as informações sejam guardadas pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e compartilhadas apenas com os senadores que integram a comissão em reuniões fechadas.
A empresa fez uma transmissão ao vivo nessa terça-feira (10) em que abriu publicamente suas fontes de renda. A intenção da produtora foi demonstrar que não recebe dinheiro público.
O analista político Ítalo Lorenzon comentou, no Boletim da Manhã desta quarta-feira (11), sobre os riscos que jornalistas e pessoas da imprensa têm quando seus sigilos telefônico e telemático (de e-mails) são quebrados.
“Vamos supor, eu sou jornalista e vou falar com um a fonte que vai fazer uma denúncia, e ela está correndo risco, vai denunciar um esquema de tráfico na sua região. […] Eu vou e escrevo a matéria, aí vão lá e quebram meu sigilo. Meu Deus do céu, vão saber que a pessoa me ligou. Esse é o nível que a gente chegou, estão quebrando o sigilo da Brasil Paralelo, que é uma empresa que nem se posicionou contra a matéria da CPI, é uma empresa que produz documentários”, ressaltou.