Por Roberto Rachewsky, Instituto Liberal
O COAF é um dos inúmeros subprodutos da mentalidade coletivista estatista que assola o mundo. Ele existe, porque o governo acha que liberdade e privacidade se subordinam à vigilância e segurança. Claro, vigilância e segurança dele, o governo.
O governo quer saber o que fazemos com o que é nosso, pois como ele mesmo tem muito poder para intervir nas nossas relações, se dá ao luxo de seguir o dinheiro para ver quem não está dentro dos conformes estabelecidos por ele mesmo.
Sob o pretexto de combater o terrorismo, a corrupção dos agentes do próprio governo e o enriquecimento ilícito, ele quer também, principalmente, xeretar na vida das pessoas e combater o tráfico de drogas, a sonegação fiscal e mesmo o enriquecimento privado do qual o governo sempre ambiciona um naco.
Terrorismo e corrupção são as únicas atividades violentas nesse rol, as demais são indivíduos ou grupo de indivíduos interagindo para produzir, comerciar ou consumir o que contratam livremente.
Só a existência do COAF, de leis que obrigam os bancos e outras instituições a informarem o que deveriam manter sob sigilo, mostra que vivemos num estado de sítio, onde os direitos individuais, entre os quais à liberdade e à propriedade, são violados sistematicamente.
Interessante é saber que a sociedade não apenas não critica a existência dessa aberração cívica, como a aplaude.
De novo, não se resolve problemas como corrupção ou enriquecimento ilícito atuando sobre as consequências, devemos tratar das causas, entre elas, a necessidade da redução drástica dos poderes do Estado para proteger nossos direitos.
O COAF é mais um enxugador de gelo que ajuda a produzir água congelada.
O dia em que uma investigação criminal batesse à porta de um banco, caberia aos investigadores obterem autorização judicial para vasculharem o que estivesse relacionado com o crime investigado. Isso é estado de direito. Qualquer coisa fora disso, é estado policialesco.
Discussão profunda não é se o COAF vai ficar com o ministério A ou B. Devemos discutir se o COAF deveria existir, se tem valor, para quem e para o quê.
Roberto Rachewsky é empresário e articulista
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