O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, negou que a empresa tenha ajudado o X (anteriormente Twitter) a restaurar temporariamente seus serviços no Brasil, em um episódio envolvendo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A afirmação foi feita em resposta a declarações de que a Cloudflare teria colaborado no processo, após uma ordem judicial temporária para suspender a rede social.
A controvérsia surgiu quando, no início de setembro, a justiça brasileira ordenou o bloqueio do X, por conta do descumprimento de uma ordem que exigia a remoção de conteúdos considerados por Moraes como prejudiciais à sociedade, como desinformação e discursos de ódio. O descumprimento levou a uma suspensão temporária da plataforma no país.
A Anatel, em coordenação com provedores de serviços, agiu rapidamente para garantir o cumprimento da ordem.
No entanto, o X foi mudado de servidor para a Cloudflare, mudando os IPs do X para outros que não haviam sido bloqueados.
Em meio ao ocorrido, a plataforma X experimentou um retorno temporário, o que gerou especulações sobre o envolvimento de terceiros no restabelecimento do serviço. Nesse contexto, a Anatel mencionou a Cloudflare como parte da operação, o que motivou a reação do CEO da empresa.
Em entrevista à Reuters, Prince afirmou que a Cloudflare não esteve envolvida no processo de bloqueio, nem na restauração do acesso ao X. Segundo ele, a Cloudflare atua apenas como provedora de serviços de segurança e desempenho na internet, sem interferir diretamente nas decisões ou políticas de conteúdo das plataformas que utilizam seus serviços.
O CEO explicou que o que ocorreu foi apenas algo comum de mercado: “Fechamos um acordo com eles no qual pararam de usar um concorrente nosso e, nesse processo, o endereço de IP foi alterado… Foi uma coincidência termos conquistado um cliente corporativo”.
A Anatel, por sua vez, manteve sua posição de que diversas empresas de tecnologia contribuíram para a ação de bloqueio, embora não tenha especificado exatamente de que forma a Cloudflare teria participado. A agência, responsável pela regulamentação das telecomunicações no Brasil, argumentou que o processo de suspensão do X envolveu uma série de medidas técnicas complexas, que demandaram o apoio de várias partes envolvidas na infraestrutura de internet do país.