Cirurgia para prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) é realizada pelo primeira vez no Brasil

Por Redação Epoch Times Brasil
10/09/2024 17:42 Atualizado: 10/09/2024 17:42

No dia 8 de agosto, o Brasil deu um passo ousado e inovador na área da medicina com a realização da primeira cirurgia para prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) no país. 

O procedimento inédito, conduzido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), introduziu uma técnica avançada que promete transformar o tratamento de doenças vasculares e oferecer uma recuperação surpreendentemente rápida aos pacientes.

A cirurgia emprega uma abordagem conhecida como litotripsia intravascular, que envolve a introdução de um balão especializado capaz de emitir ondas de choque ultrassônicas. 

Essas ondas são utilizadas para fragmentar placas calcificadas presentes nas artérias carótidas, responsáveis por fornecer sangue ao cérebro.

O procedimento foi executado em uma paciente de 75 anos que já havia passado por um AVC. 

“É um procedimento mais efetivo para placas complexas e de difícil tratamento e que pode reduzir a chance de um AVC”, explicou o médico do Serviço de Cirurgia Vascular Periférica do HCPA, Alexandre Araujo Pereira à CNN.

A litotripsia é comumente utilizada para tratar o coração e as pernas, mas esta aplicação nas artérias carótidas representa uma importante inovação. 

Uma das grandes vantagens deste procedimento é a recuperação rápida dos pacientes. Durante a cirurgia, a paciente estava consciente e sob anestesia local.

“Outra vantagem é que o pós cirúrgico é mais rápido. Em 24 horas, já foi possível dar alta para a paciente”, afirmou o médico.

Um cateter foi introduzido na virilha da paciente e guiado até o pescoço, onde emitiu ondas de choque para quebrar as placas calcificadas. 

Em seguida, a equipe médica inseriu um stent tubular na artéria para garantir que ela permanecesse desobstruída e evitar futuros bloqueios.

Embora esta técnica seja nova no Brasil, ela já é amplamente empregada nos Estados Unidos e na Europa. 

“O uso pode beneficiar particularmente pacientes com placas extremamente calcificadas, nos quais o stent pode não se adaptar adequadamente ao vaso, aumentando a chance de complicações”, explicou o Chefe do Serviço de Cirurgia Vascular Periférica do HCPA, professor Marco Aurélio Grudtner.