A grave crise política e econômica da Venezuela, país do líder socialista Nicolás Maduro, tem feito com que o povo do país busque melhores condições de vida no Brasil. A instabilidade política e a violenta repressão aos opositores intensificaram as dificuldades econômicas venezuelanas. O dólar, que estava cotado em 12 mil bolívares, foi para 19 mil, fruto das intervenções de Maduro na economia, o que vem levando o país ao colapso.
O principal ponto de entrada dos venezuelanos no Brasil é o município de Pacaraima, em Roraima, divisa com o município venezuelano de Santa Elena do Uiarén. Com 12,5 mil habitantes, a cidade calcula que agora esteja com o dobro da população devido à chegada de venezuelanos fugitivos da repressão política, da fome e da falta de perspectivas no país de origem, conforme divulgado pelo site G1.
Não há dados confiáveis suficientes, ainda, que possam dar uma ideia das principais características dos migrantes e o número total. Acredita-se, porém, que a maioria é de jovens entre 20 e 25 anos de idade, estudantes e solteiros, mas também famílias inteiras, profissionais liberais e agricultores.
Oitenta por cento dos pacientes no posto de saúde da cidade é composto por venezuelanos apresentando doenças como leishmaniose, malária, dengue e tuberculose, porém faltam médicos e remédios para um atendimento satisfatório. Com recursos escassos, o prefeito Juliano Torquato quer que o governo de Roraima decrete estado de emergência no município como forma de obter ajuda do Governo Federal.
“Nós tínhamos a esperança de vir uma ajuda o mais rápido possível e, infelizmente, não é o que está acontecendo. Então nós vamos mudar um pouco agora os nossos planejamentos aí, nossas ideias, nossa equipe de gestão do município e procurar resolver para não acontecer coisas piores mais pra frente”, lamentou.
Representantes do Governo Federal, estadual e inclusive da ONU já estiveram em Pacaraima. Eles fizeram um levantamento e determinaram um local para que seja construído um centro de acolhimento, com capacidade para 250 pessoas. A obra foi estimada em R$ 800 mil, com dinheiro do Governo Federal.
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